A morte será revertida
para todos os seres humanos. Todos, salvos e não-salvos, serão restaurados no
seu corpo pré-ressurreição, e não morrerão (se tornarão imortais). As
referências acima deixam evidente que a segunda ressurreição é a dos
incrédulos. Novamente, esta é chamada, entre outras coisas, de ressurreição
“para vergonha e desprezo eterno” (Dn 12.2); de ressurreição “dos que fizeram o
mal” e serão ressuscitados para “condenação” (Jo 5.29); e de ressurreição dos
“outros mortos” (At 24:15, Ap 20.5). Qualquer que seja o nome, ela é claramente
(1) uma segunda ressurreição, (2) depois da ressurreição dos crentes, e (3) a
ressurreição daqueles que estão perdidos para sempre'6. Sobre isto, João
escreveu: “E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda
morte. E aquele que não loi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago
de fogo” (Ap 20.14,15).
A Ocasião da
Ressurreição dos Incrédulos
Como já foi
estabelecido, a segunda ressurreição é separada da primeira por um período de
mil anos, durante os quais os crentes irão reinar com Cristo (Ap 20.4-6). Um período
de tempo interveniente entre as duas ressurreições é permitido e também está implícito
em outros textos.
Primeiro, a
ressurreição dos crentes dá-se “dentre os mortos” (Cl 1.18), dando a entender
que outros corpos são deixados nos sepulcros quando ela ocorre.
Segundo, João fala do
período das duas ressurreições como uma “hora” (isto é, um longo período de
tempo), no entanto a primeira ressurreição demora apenas “um abrir e fechar de
olhos” (1 Co 15.52). Assim, o restante da “hora” deve transcorrer antes da segunda
ressurreição.
Terceiro, João declara enfaticamente (seis vezes) que haverá
mil anos entre a “primeira ressurreição” e a segunda, quando os “outros mortos”
ressuscitam (cf. Ap 20.3-6).
A Natureza do Corpo
Ressurreto dos Incrédulos
Embora a palavra
imortal não seja usada em referência ao corpo ressurreto dos incrédulos — uma
vez que imortal contém conotações de uma qualidade positiva da vida eterna reservada
somente para os salvos—, existem muitas razões para crer que os não salvos também
irão possuir corpos físicos que viverão para sempre.
Primeiro, a segunda
ressurreição é listada diversas vezes em conexão com a primeira, que é, sem dúvida,
uma ressurreição em um corpo físico imortal. Uma vez que os dois lados desta
questão concordam que a segunda ressurreição é física, consequentemente ela
também se dá em um corpo imortal.
Segundo, em Apocalipse
20.5, os perdidos são designados como “os outros mortos” que “reviverão”, a
mesma palavra usada sobre os da primeira ressurreição (cf. vv. 4,5), que fisicamente
sairão dentre os mortos.
Terceiro, Jesus disse que tanto o corpo quanto a alma dos
incrédulos seriam punidos no inferno (Mt 10.28). Uma vez que a mesma palavra é usada
tanto para o corpo quanto para a alma com respeito ao inferno, uma vez que o inferno
é “eterno” (Mt 25.41; cf. 2 Ts 1.7-9), e uma vez que nós sabemos que a alma não
será aniquilada81, o corpo dos incrédulos também viverá eternamente.
Quarto, e finalmente,
uma vez que o corpo é parte da imagem de Deus (Gn 1.27), mesmo nos incrédulos
(Gn 9.6; Tg 3.9), se Deus não o ressuscitasse para sempre, Ele estaria, na
realidade, concedendo a vitória sobre ele ao diabo. No entanto, a sua Palavra
declara que Cristo irá reinar até ter derrotado a morte (1 Co 15.26), e a menos
que a morte física seja revertida para todas as pessoas, a morte não será
completamente derrotada. De igual maneira, por mais desfigurada e perdida que a
imagem de Deus possa estar nos incrédulos, até mesmo os seus corpos serão restaurados
à vida, de modo que possam permanecer no destino que escolheram em vida.
Itard Víctor Camboim De Lima 30/11/2014
Fonte: (GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Vol 2. p, 705-706).
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