domingo, 30 de novembro de 2014

Refutando o artigo "Os Pais da Igreja e a Imortalidade da Alma"

                      


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Segue o link do artigo: http://desvendandoalenda.blogspot.com.br/2012/12/os-pais-da-igreja-e-imortalidade-da-alma.html


Antes de ler a minha refutação, peço aos leitores que leia primeiramente o que está contido no outro artigo acessando o link aí exposto.



Os Pais da igreja criam na imortalidade da alma e no sofrimento eterno:
                    


Uma breve história da heresia conhecida como Aniquilacionismo ou Imortalidade Condicional:


O aniquilacionismo foi adotado por Arnobius (final do século IV), mas não se tornou popular antes do século XIX, quando foi propagado pelo congregacionalista Edward White, e depois por Le Roy Froom (1874-1970), da Igreja Adventista do Sétimo Dia; as Testemunhas de Jeová também são aniquilacionistas.
Na metade do século XX, Harold Guillebaud (1882-1964) e Basil Atkinson (1895-?) defenderam o condicionalismo, e alguns outros evangélicos, como John Wenham (nascido 1913), John Stott, e Clark Pinnock (nascido 1920), adotaram esta visão.
O aniquilacionismo foi condenado como herege pelo Sínodo de Constantinopla, em 543, pelo Segundo Concilio de Constantinopla, em 553, e pelo Quinto Concilio de Latrão, em 1513. A doutrina ortodoxa tradicional do inferno como a punição eterna consciente dos ímpios foi sustentada pela maioria dos grandes Pais e teólogos da igreja, incluindo Tertuliano (c. 155-c. 225), Agostinho (354-430), Anselmo (1033-1109), Tomás de Aquino (1225-1274), Martinho Lutero (1483-1546), João Calvino (1509-1564), Jonathan Edwards (1703-1758), Charles Hodge (1797-1878), William G. T. Shedd (1820-1894)9, e B. B. Warfield (1851-1921). 

Inácio de Antioquia (falecido c. 110 d. C.)
Se aqueles que corrompem meras famílias humanas são condenados à morte, muito mais merecedores de um castigo eterno são aqueles que se dedicam a corromper a Igreja de Cristo, pela qual o Senhor Jesus, o Unigênito Filho de Deus, sofreu a cruz e se submeteu à morte! Qualquer um que, “engordando”, e se “tornando grosseiro”, desprezar a doutrina do Senhor, irá para o inferno (EIP, 4).
Irmãos, não se deixem enganar. Se algum homem seguir aquele que se aparta da verdade, não irá herdar o reino de Deus; e se algum homem não se afastar do pregador da falsidade, será condenado ao inferno (EIP, 4).

Policarpo (final do século II)
Tu me ameaçaste com um fogo que queimou durante uma hora, e que pouco depois se extinguiu; mas ignoras o fogo do futuro juízo e do castigo eterno, reservado para os infiéis (EECS, 11).

Irineu (c. 125-c. 202)
A separação de Deus consiste na perda de todos os benefícios que Ele reservou [...] Agora, as boas coisas são eternas e nunca terão fim perante Deus; portanto, a sua perda também é eterna e nunca termina (AH, 4.39.4).

Tertuliano (c. 155-c. 225)
Ó, vós, pagãos, que têm e merecem a nossa piedade, vede que colocamos perante vós a promessa que o nosso sistema sagrado está oferecendo. Ele garante vida àquele que o segue e obedece; por outro lado, ele ameaça com o castigo eterno e um fogo perpétuo aqueles que são profanos e hostis. A ressurreição dos mortos é igualmente pregada a ambas as classes (AN, 1.1.7).
Mas os profanos, e todos aqueles que não são verdadeiros adoradores de Deus, serão consignados ao castigo do fogo perpétuo, esse fogo que, pela sua própria natureza, na verdade ministra diretamente à incorruptibilidade do corpo que os condenados terão (A. 1.48).
Se, portanto, alguém supuser que a destruição da alma e da carne no inferno leve ao extermínio total das duas essências e não ao seu tratamento penal (como se devessem ser consumidas, e não castigadas), é preciso que esse alguém se lembre de que o fogo do inferno é eterno, e foi expressamente anunciado como um castigo perpétuo. E que ele então admita que é devido a essa circunstância que essa “morte” perpétua é mais formidável que um simples assassinato humano, que é apenas temporal (ORF, 35).

Justino Mártir (c. 100-c. 165)
Isso [...] é o que esperamos e aprendemos de Cristo, e ensinamos. E Platão, da mesma maneira, costumava dizer que Rhadamanthus e Minos iriam castigar os iníquos que estivessem à sua frente; e nós dizemos que a mesma coisa será feita, mas através das mãos de Cristo e sobre os iníquos, no mesmo corpo unido novamente ao seu espírito que então sofrerá um castigo eterno; e não será somente, como disse Platão, por um período de mil anos (FAJ, 8).
Mas, como esta sensação permanece para todos aqueles que já viveram, e a punição eterna está reservada (para os iníquos), certifique-se de não deixar de se convencer por negligência, conservando, como sua crença, que essas coisas são verdadeiras (ibid., 18).

Da Apologia de Justino, podemos reunir uma substancial lista de versos que dão fundamento ao castigo eterno para os pecadores (citados em Froom, CFF, 1.819):
Sofrer um castigo eterno (op. cit., 8).
Ao eterno castigo do fogo (12).
Sofrer o castigo do fogo eterno (17).
O castigo eterno foi assegurado (18).
Haverá a consumação de todos [os pecadores] (20).
São castigados com o fogo eterno (21).
Causa o castigo eterno pelas chamas (45).
Castigados com o fogo eterno (SA J, 1).
No fogo eterno sofrerão seu justo castigo e punição (ibid., 8).
Os iníquos serão punidos no togo eterno (ibid.).

Os Concílios da Igreja

Depois de já ter sido condenada pelo Segundo Concilio de Constantinopla (553), a negação do inferno foi condenada pelo Quinto Conselho de Latrão, em 1513 (veja Cross, ODCC, 328). O último dos nove anátemas (543) do Imperador Justiniano (c. 483-565) contra Orígenes (c. 185-c. 254), diz o seguinte: “Se alguém disser ou pensar que a punição dos demônios e dos homens ímpios é apenas temporária, e que um dia terminará [...] seja anátema” (em Roberts and Donaldson, ANF, Vol. 14)79.





Crisóstomo (347-407)

“[...] nem os corpos dos perdidos, que se tornarão imortais, nem suas almas experimentarão o fim de seus sofrimentos. Nem o tempo, nem a amizade, nem a esperança, nem a expectativa da morte, nem mesmo o ato de presenciar as outras almas infelizes partilhando de sua triste sorte aliviará seus sofrimentos.” (Patrística, p. 368).  

Agostinho (354-430)
Se a alma vive num castigo eterno, pelo qual também todos os espíritos impuros serão atormentados, isso representa mais uma morte eterna do que uma vida eterna. Pois não existe morte maior ou pior do que quando ela nunca termina. Mas como a alma — que pela sua própria natureza foi criada imortal — não pode existir sem alguma forma de vida, sua morte derradeira será uma alienação da vida de Deus, em uma eternidade de punição (CG, 6.12).
Se ambos os destinos são “eternos”, devemos, então, entender a ambos ou como sendo permanentes, e que por fim irão terminar, ou que serão ambos perpétuos. Pois eles estão correlacionados; de um lado, o castigo eterno, e de outro, a vida eterna. E falar, num único e mesmo sentido, que a vida eterna será interminável, mas que o castigo eterno terá fim, representa um absurdo. Dessa forma, assim como a vida eterna dos anjos será perpétua, também o castigo eterno daqueles que foram condenados não terá fim (ibid., 21.23).


Anselmo (1033-1109)
Consequentemente, assim como a alma gentil irá se regozijar na eterna recompensa, da mesma maneira a alma desdenhosa irá se lamentar em um eterno castigo. E, assim com a primeira irá experimentar uma imutável suficiência, a última irá experimentar uma inconsolável indigência (M, 71).

Tomás de Aquino (1225-1274)
Também devemos saber que a condição dos condenados será exatamente o contrário da condição dos abençoados. Seu estado será de castigo eterno, o que denota uma quádrupla e terrível condição. O corpo dos condenados não será brilhante: “O seu rosto será rosto flamejante” [Is 13.8]. Da mesma maneira, eles serão passíveis porque nunca irão deteriorar e, embora queimem eternamente no fogo, nunca serão consumidos. (CISTA, 62).
O sofrimento do castigo eterno não se opõe, de maneira alguma, à justiça divina. Mesmo nas leis feitas pelo homem, o castigo não precisa corresponder necessariamente à ofensa em termos de tempo. [Por exemplo, alguém pode cometer um assassinato num minuto, mas merecer a prisão perpétua pelo crime cometido] (CT, 183).

Os Líderes da Reforma


Martinho Lutero (1483-1546)
A fornalha ardente é acesa simplesmente pela insuportável aparição de Deus e dura eternamente. Pois o Dia do Juízo Final não irá durar apenas um momento, mas irá permanecer através da eternidade e, portanto, nunca irá terminar. Constantemente os pecadores serão julgados, constantemente eles irão sofrer dor e constantemente haverá uma fornalha ardente, isto é, eles serão torturados por uma suprema aflição e angústia (WLS, 2.621).

João Calvino (1509-1564)
Tais maneiras de expressão estão apropriadas à nossa capacidade de melhor entender como é miserável e calamitosa a situação daqueles que não têm Cristo. Pois se não tivesse sido dito em termos claros que a ira Divina, a vingança e a condenação eterna estão sobre os não-salvos, não teríamos a misericórdia de Deus, seriamos insensíveis à nossa desgraça, e não estaríamos dispostos a valorizar a bênção da salvação (ICR , 2.16.2).

Quão vil é o erro de converter um espírito, formado à imagem de Deus, em um sopro evanescente, que anima o corpo somente nesta vida moribunda, e reduzir o templo do Espírito Santo a nada. Em resumo, é algo vil roubar o distintivo da imortalidade daquela parte de nós mesmos na qual a divindade é mais brilhante, e as marcas da imortalidade são mais conspícuas, tornando a condição do corpo melhor e mais excelente do que a da alma (ICR, 3.25.6).

Se a alma não deve sobreviver sem o corpo, como ela poderia estar presente com o Senhor, estando separada do corpo? Mas um apóstolo remove toda a dúvida quando diz que nós chegamos “aos espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hb 12.23) [...] E se a alma, quando desprovida do corpo, não retivesse a sua essência, e não fosse capaz de receber em si a glória que é uma grande bem-aventurança, o nosso Salvador não teria dito ao salteador: “Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43) (ibid.).

Os Mestres da Pós-Reforma

Jacó Armínio (1560-1609)
A origem [da alma] [...] é a partir do nada, criada por infusão, e infundida por criação, com um corpo sendo devidamente preparado para recebê-la, a fim de que possa se moldar à forma da matéria, e, depois de unida ao corpo por um elo nativo, possa também, formar uma unidade com ele. [...]  A substância [da alma] [...] é simples, imaterial e imortal. Simples, ao meu ver, não no que diz respeito a Deus; pois ela consiste de ato e poder (ou capacidade), de ser e essência, de sujeito e acidentes; mas é simples no que diz respeito a coisas materiais e componentes.
Ela é imaterial, porque pode subsistir por si mesma, e, ao se separar do corpo, pode operar por si própria. Ela é imortal, na verdade, não por si própria, mas pela graça sustentadora de Deus. ( W JA , 11.26.63)

John Wesley (1703-1791)
Considere algumas circunstâncias que irão acompanhar o julgamento de todos. A primeira é a execução da sentença pronunciada sobre os bons e os maus: “Estes irão partir para um castigo eterno, e os justos para a vida eterna”. Deve-se observar que a mesma palavra é usada tanto na primeira como na segunda oração: segue-se que o castigo dura para sempre, ou a recompensa também terá um fim. Não, jamais! A recompensa na eternidade só terminaria se o próprio Deus pudesse ter um fim, ou se a sua misericórdia e a sua verdade pudessem falhar. “Então, os justos resplandecerão como o sol, no Reino de seu Pai, e beberão eternamente da corrente das delícias que estão àmão direita de Deus” (WJW, 5.15.3.1).
Nesse ínterim, os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus. Eles, “por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder”. Eles serão “lançados no ardente lago de fogo e de enxofre”, originalmente “preparado para o diabo e seus anjos”; onde irão ranger os dentes com angústia e dor, eles amaldiçoarão ao seu Deus, olhando para cima. Lá os cães do inferno — o orgulho, a malícia, a vingança, a ira, o horror, o desespero — irão devorá-los continuamente. Lá “a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso, nem de dia nem de noite” (ibid.).
Sua alma é o próprio exemplo do inferno, cheia de tormentos como também de iniqüidades. Ele já tem em si o bicho que nunca morre, e está se apressando em direção ao fogo que nunca se apaga. Só falta o grande precipício ser instalado entre este homem pecador e o céu (ibid., 7.139).

Charles Spurgeon (1834-1892)
Não tem mais esperança; não conhece nenhuma forma de escapar; não consegue imaginar nenhuma libertação; deseja a morte, mas a morte é um inimigo que não pode estar ali; almeja que a morte possa engoli-lo, mas essa morte eterna é pior que a sua aniquilação. (SSC, 1.52).
Quando a eternidade tiver completado um número absolutamente grande de seus ciclos eternos, ele ainda estará morto. Nunca conhecerá o fim, pois a eternidade não pode ser excluída, a não ser na própria eternidade. No entanto, a alma ainda vê escrita sobre a sua cabeça a frase “Estás condenado para sempre”. Ouve uivos que serão perpétuos; vê chamas que não se apagarão; sente dores que não podem ser mitigadas; ouve uma sentença que não soa como o trovejar da terra e que logo será abafada— mas esta à frente, à frente, à frente, abalando os ecos da eternidade, fazendo com que milhares de anos se agitem novamente com o horrível trovejar do seu terrível som — “Aparte-se! Aparte-se! Aparte-se! Maldito!” Essa é a morte eterna (ibid.).
                                      

Itard Víctor Camboim De Lima 30/11/2014

Fonte: (GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. vol 2. pp, 32, 769-779,805-806 ). CPAD. 
 KELLY, J.N.D. Patrística. Editora Vida Nova. 

4 comentários:

  1. Ótimo artigo! Eu já tinha descoberto recentemente o blog de Banzoli e gostei em parte porque vi muitas refutações às heresias romanas; mas descobri também que infelizmente ele apóia a heresia do aniquilacionismo (ou mortalidade da alma) pensando que a doutrina do castigo eterno é também uma heresia romana. Banzoli se enganou muito, infelizmente. A doutrina do castigo eterno está mais do que clara nas Sagradas Escrituras, e todo cristão verdadeiro sabe disso. O problema grande de hoje é que muitos dos que estão nas igrejas não conseguem aceitar verdadeiramente a Palavra de Deus; eles são tristemente influenciados pelo antropocentrismo típico dessa sociedade secular e humanista que tenta "divinizar" o homem, sendo que para eles, a idéia de tormento eterno é inadmissível, inaceitável, não podendo ser tolerada jamais tal doutrina. Muitos se deixam levar pela emoção e pela intuição, e ignoram a razão bíblica de que um Deus infinito, com dignidade infinita requer um castigo infinito para afrontas à sua santidade.

    A Paz!

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    1. então me explique, sobre Sodoma e Gomorra, que não estão queimando ate hoje no fogo eterno, como a bíblia diz?

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    2. A paz do Senhor Jesus, Alessandro. Para uma explicação completa sobre a crença do Aniquilacionismo,Sono da alma e Holismo, indico o livro "Uma Resposta Exegética À Crença Adventista". Abraço.

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