sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Ellen Gould White segundo Ubaldo Torres.






Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça, e os seus aposentos sem direito, que se serve do serviço do seu próximo sem remunerá-lo, e não lhe dá o salário do seu trabalho. (Jr 22:13 ACF)

    
Ellen White além de se servir dos trabalhos dos outros sem dar os devidos créditos a quem de direito, reduziu o preço dos livros para que todo adventista os tivesse em suas casas:


“Não foi o plano mais sábio reduzir tanto o preço desses livros, e ter em cada igreja somente uma coleção deles. Devem figurar na biblioteca de cada família, e ser lidos e relidos. Coloquem-se onde possam ser lidos por muitas pessoas.”(Testemunhos Seletos Vol 2, p.291).



Vejamos o que o ex-adventista Ubaldo Torres disse acerca dos livros ‘inspirados’ de Ellen Gould White:

OS EMPRÉSTIMOS

Quando meu visitante me falou de uma entrevista de Walter Rea, ministro adventista descredenciado, e publicada no Los Angeles Times, minha curiosidade despertou. E alguns dias depois eu já estava escrevendo para o jornal de Los Angeles, pedindo uma cópia da entrevista. Quinze dias mais tarde, o xerox estava em minhas mãos. Pouco depois, recebia também uma carta do próprio Walter Rea que, por sua vez, me enviava igualmente uma cópia, embora eu não lhe tivesse encaminhado qualquer pedido nesse sentido. A publicação aborda fatos relacionados com a literatura plagiada de Ellen White.

Meses se passaram, até que um dia o livro “101 RESPOSTAS A PERGUNTAS DO DR.FORD”, impresso pela Casa Publicadora Brasileira, caiu em minhas mãos. E à página 84 pude ler:
“É fato que Ellen White verdadeiramente usou obras de outros autores até certo ponto, enquanto empenhada em seus escritos, mas não há nenhuma evidência de intenção de fraude por parte dela, nem há evidência de que qualquer outro autor fosse alguma vez privado de seus legítimos benefícios por causa das atividades dela. Nenhum editor ou autor em qualquer terra já processou ou ameaçou processar Ellen White sob a alegação de que direitos autorais ou editoriais houvessem sido infringidos.”

Como se vê, admiti-se que “Ellen White verdadeiramente usou obras de outros autores até certo ponto...”. Só que esse “até certo ponto” não representa toda a verdade. Quem desejar sentir a proporção dos plágios de Ellen White basta ler o livro THE WHITE LIE (A MENTIRA BRANCA) de Walter Rea, recentemente publicados nos Estados Unidos. O que apresento neste capítulo é apenas uma mostra da realidade. Mas é o suficiente para inteirar o leitor dos principais pontos da questão.

Quero destacar, em prosseguimento, o fato de se firmar que “não há nenhuma evidência de intenção de fraude por parte de Ellen White.” Esta é uma conjectura por demais leviana. Quem pratica plágio na proporção desenvolvida por Ellen White não o faz por equívoco, mas conscientemente, a não ser que queiramos admitir a hipótese absurda e inaceitável de que o que houve não passou de mera coincidência. Houve fraude, sem dúvida. Os fatos e investigações o dizem.

É- nos dito, também , que “nenhum editor ou autor em qualquer terra já processou ou ameaçou processar Ellen White sob a alegação de que direitos autorais ou editoriais houvessem sido infringidos.”. Essa alegação não é digna de um bom advogado.

Sim, porque o fato de não ter sido indiciada por apropriação indébita não a isenta de culpa, assim como não está livre de responsabilidade o faltoso cujo delito está encoberto. Ellen White continua culpada, ainda que não tenha sido considerada como tal pelo advogado contratado para defende-la. Plágio é engano, é uso indevido de literatura pertencente a outrem. E justifica-lo não é menos do que defende-lo.

A defesa de Ellen White não pára por aí. Os seus teimosos seguidores têm procurado inocentar seu procedimento, citando outros autores que igualmente foram excelentes peritos na arte de plagiar. Mas é o caso de se perguntar: desde quando o erro justifica o erro ? Nenhum réu culpado até hoje se tornou livre de culpa pela existência de outros em igualdade de condições.

Ellen White era, aos próprios olhos, profetisa e mensageira do Senhor. Atribuía a Deus a origem de seus escritos. Mas ela encheu seus livros de escritos de vários escritores, entre os quais posso destacar: 
John Harris, William Hanna, Alfred Ederrsheim, Daniel march, Cunningham Geikie, James Aitken Wyllie, William Miller, Hannah Smith, Almou Underwood, Eduard Kirk, William M.Tayllor. Nem mesmo Uriah Smith escapou das garras de Ellen e James White e das assistentes editoriais dela. Como assistentes empenhadas em plagiar em nome de Deus e dos anjos, podemos destcar: Fannie Bolton, Mirian Davis, Sarah Peck, Mary Steward e Mary H.Crisler.

 A seguir, o leitor vai defrontar-se com alguns exemplos de cópias. É pena que o tamanho deste livro não me tenha permitido uma inclusão abundante, como era de se desejar.

De O Grande Professor, John Harris:
“... Ele veio e estabeleceu Seu tabernáculo no meio do acampamento humano, armou Sua tenda lado a lado com as nossas tendas, para atestar a presença de Deus, para nos tornar familiares ao Seu caráter e sensíveis ao Seu amor.”

De O Desejado de Todas as Nações, 1898, da Srª. White:
“Assim Cristo estabeleceu Seu tabernáculo no meio do acampamento humano. Ele armou Sua tenda ao lado das dos homens, morou entre nós e nos familiarizou com seu divino caráter e vida”.

De um anônimo, conforme edição de Rewiew and Herald, 1871:
“A maior necessidade desta época são homens, homens que não se vendem, homens que sejam honestos, homens sãos de dentro para fora, verdadeiros de coração, homens que condenam o erro no amigo ou no inimigo, em si como nos outros, homens cujas consciências são tão fiéis como a bússola o é ao pólo.”

Em education, edição de 1903, o trecho, parece como obra prima da pena “inspirada” de Ellen White:
“ A maior necessidade do mundo é de homens, homens que não se compram nem se vendem, homens que em sua vidas sejam verdadeiros e honestos, e que não tenham medo de chamar o pecado pelo seu próprio nome, homens cuja consciência seja tão leal para com o dever como a bússola o é ao pólo.”

De A Casa de Nosso Pai, 1871, de Daniel March:
“ A águia dos Alpes é às vezes abaixada pela tempestade para dentro do desfiladeiro estreito das montanhas. As nuvens escuras e massas tormentosas passam entre a ave poderosa e as alturas ensolaradas onde ela constrói seu ninho e descansa em pleno dia. Por um tempo, ela corre para lá e para cá batendo a tempestade com as suas asas fortes e provocando os ecos da montanha com seu grito selvagem, procurando em vão alguma saída de sua prisão escura e de paredes altas.”

De Education de Ellen White:
“ A águia dos Alpes é às vezes abaixada pela tempestade para os desfiladeiros estreitos das montanhas. Nuvens tempestuosas fecham essa ave poderosa da floresta em sua massas escuras, separando-a das alturas ensoladas onde ela faz seu lar. Seus esforços para escapar parecem infrutíferos. Ela corre para lá e para cá, batendo o ar com suas asas fortes e provocando os ecos montanhosos com seus gritos.” Poderia prosseguir indefinidamente, citando tantos textos quantos desejasse, para provar a não autenticidade da maior parte dos escritos atribuídos a Ellen White.

 O espaço, porém, não me permite faze-lo. Agora, leitor, quero chamar sua atenção para um incidente curioso e até irônico. Há anos atrás, fui convidado a participar de um debate, em uma capital nordestina, com uma facção dos chamados grupos “reformistas”. Pretendia-se esclarecer a quem Ellen White havia legado as “suas” mensagens: se aos adventistas do sétimo dia ou se a facção reformista, também do sétimo dia. O debate prolongou-se até horas avançadas da noite, e não se chegou a nenhuma conclusão.

Felizmente, naquela ocasião, os ânimos não se exaltaram, ao contrário do que havia acontecido, no passado, em uma reunião da antiga Liga das Nações, quando os participantes quebraram as cadeiras nas cabeças uns dos outros, em uma reunião onde se discutia a paz mundial. Na nossa reunião não houve violência física, mas não levamos para casa além de ilusões, cansaço e sentimento de animosidade.

Veja só, como, às vezes andamos por caminhos esquisitos, e não nos damos conta disto. É que estávamos discutindo os nossos direitos sobre a literatura de Ellen White, e não sabíamos (nem a outra parte) que brigávamos por escritos atribuídos a ela, mas que, em grande parte, tinham sido subtraídos de outros escritores. A vida é assim. Muitas vezes somos traídos pelo nosso fervor e ignorância juntos. Continuando, quero informar aos leitores que as cópias de Ellen "White e de seus assistentes não se limitaram a material literário propriamente dito. Até mesmo títulos de capítulos foram usados como empréstimo compulsório.

Atente para os exemplos abaixo :
Patriarcas e Profetas, edição em inglês, 1958
The Creation
The Flood
The Call of Abraham
Destruction of Sodom
The Marriage of Isac
The Death of Saul
The Fall of Jericho
The Anointing of David
História da Bíblia de Alfred Edermeim, 1876-1880
Criation
The Flood
The Calling of Abram
Destruction of Sodom
The Mariage of Isac
The Miraculous Fall of Jericho

O desejo de copiar parecia, cada vez mais, obedecer à lei do menor esforço. É incomparavelmente mais difícil criar do que copiar o que os outros já escreveram. Mas, convenhamos, copiar até mesmo títulos de capítulos, ipsis litteris,nem seria necessário. A ordem, entretanto, era escrever cada vez mais, e só plagiando seria possível atingir rapidamente a meta prevista. Era sem limites a ânsia da família White para fazer dinheiro. E não é só. A obra precisava ser completa. E assim é que até mesmo figuras foram fraudulentamente subtraídas do livro { A História do Protestantismo de J. A. Wylie e inseridas em O Grande Conflito, edição em inglês, impressa em Oakland, Califórnia, 1886. Em alguns casos, as iniciais dos autores dos desenhos foram simplesmente apagadas. Em outro, raspadas e, em seu lugar, colocadas estas palavras: Press, Oakland, Cal. Certifique-se deste fato lendo The White Lie.

Irmão adventista, não sei se você percebeu que, por vezes, somos muito preguiçosos e relutantes em encarar a realidade dos fatos, com a seriedade que Deus deseja de nós. Eu espero que você não seja um desses. Você não pode permanecer imóvel e indiferente diante do engano. E não pode porque não é um irracional. Você tem o dever de se insurgir contra as suas próprias conveniências, ainda que isto signifique a perda daquilo que lhe possa parecer um privilégio ou uma vantagem. E não é privilégio coisa nenhuma. O que se consegue às expensas do amesquinhamento da verdade não tem qualquer valor. É, antes, prejuízo.
Igreja, não tendo como fugir à realidade dos fatos, acabou por reconhecer os plágios de sua mensageira. Ela, não obstante, procura desviar a atenção do fiel do ponto crucial da questão para outro de nenhuma importância: o aspecto jurídico. Como ela (Ellen White) não foi processada por utilização indébita de material1iterário alheio, então está tudo muito bem. Que maravilha! A nossa profetisa está salva! É o que certamente dizem ou pensam.

Para mim, não seria nenhuma surpresa se os seus defensores, diante da grande "vitória" alcançada por um advogado contratado, movessem um processo contra os autores lesados em seus escritos. É que a razão desaparece quando a paixão e a intransigência são as forças que comandam a mente.
Juridicamente, a Igreja absolveu Ellen White. Mas moralmente? Bem, tudo, até o inesperado pode acontecer, em se tratando de homens que agem e falam em nome de Deus.

"O HOMEM RECORRE À VERDADE SOMENTE
QUANDO LHE FALTAM AS MENTIRAS" (M. Lenoir).

AINDA OS EMPRÉSTIMOS

Quero, neste capítulo, referir-me novamente ao livro 101 RESPOSTAS A PERGUNTAS DO DR. FORD, publicado pelos adventistas.

O livro chega ao exagero de afirmar que "não há nenhuma evidência de fraude por parte" de Ellen White, no que diz respeito às acusações que lhe têm sido feitas no passado e, mormente, nestes dois últimos anos. Walter Rea, em seu livro The White lie (A Mentira Branca) diz, com sobejas e irrefutáveis provas, que o material utilizado nos escritos de Ellen White foi recolhido de inúmeros autores, adventistas e não adventistas, não somente por ela, mas ainda por um razoável número de pessoas, como James White e várias secretárias, sem falar de ministros, que também davam a sua colaboração. E tudo foi feito, compilado, pilhado e publicado em nome de Deus e dos anjos. E nada havia que não fosse inspirado. Dá-nos pena ver os defensores de Ellen White empenhados na tentativa de inocentar o seu procedimento, citando outros autores que igualmente foram excelentes peritos na arte de plagiar. Mas o que tem a ver uma coisa com a outra? Desde quando o erro justifica o erro ? Nenhum réu confesso se tornou isento de culpa pela existência de outros nas mesmas condições. Quero transcrever o que consta a partir da página 101 do mesmo livro:

"O uso dos escritos de Smith por Ellen White é típico do modo como ela , usava outros autores ou há exemplos de cópia mais próxima, palavra por palavra, possivelmente sentenças por sentenças inteiras? O uso dos escritos de Smith por Ellen White era bem típico do seu modo de fazer empréstimos literários. Há contudo alguns casos de cópia ou dependência muito próxima."
As expressões que você acabou de ler, vasadas de certo cinismo, não sa:o minhas. Elas constam do livro citado. A expressão: "era bem típico do seu modo de fazer empréstimo" não passa de uma tentativa cavilosa de camuflar os fatos.

Ela era a profetisa comissionada pelo Céu. Logo, podia apropriar-se de literatura (' que não era sua. É o que certamente pensam. Chamo ainda sua atenção, leitor, para o uso incorreto da palavra "empréstimo", quando se trata de defender Ellen White. Esta colocação me parece imprópria, pois o termo "empréstimo" envolve o consentimento da outra parte. E no caso presente, os inúmeros escritores plagiados e subtraídos nos seus direitos; não foram consultados. Nem sequer lhes foi dirigido um "muito obrigado."
Com um marido experiente no comando, com várias secretárias a plagiar / dezenas de escritores, quem não consegue deixar para a posteridade uma "vasta e inspiradora obra"?



Fonte: TORRES, Ubaldo. Igreja de Vidro.      17/01/2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário