sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Ellen Gould White segundo Ubaldo Torres.






Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça, e os seus aposentos sem direito, que se serve do serviço do seu próximo sem remunerá-lo, e não lhe dá o salário do seu trabalho. (Jr 22:13 ACF)

    
Ellen White além de se servir dos trabalhos dos outros sem dar os devidos créditos a quem de direito, reduziu o preço dos livros para que todo adventista os tivesse em suas casas:


“Não foi o plano mais sábio reduzir tanto o preço desses livros, e ter em cada igreja somente uma coleção deles. Devem figurar na biblioteca de cada família, e ser lidos e relidos. Coloquem-se onde possam ser lidos por muitas pessoas.”(Testemunhos Seletos Vol 2, p.291).



Vejamos o que o ex-adventista Ubaldo Torres disse acerca dos livros ‘inspirados’ de Ellen Gould White:

OS EMPRÉSTIMOS

Quando meu visitante me falou de uma entrevista de Walter Rea, ministro adventista descredenciado, e publicada no Los Angeles Times, minha curiosidade despertou. E alguns dias depois eu já estava escrevendo para o jornal de Los Angeles, pedindo uma cópia da entrevista. Quinze dias mais tarde, o xerox estava em minhas mãos. Pouco depois, recebia também uma carta do próprio Walter Rea que, por sua vez, me enviava igualmente uma cópia, embora eu não lhe tivesse encaminhado qualquer pedido nesse sentido. A publicação aborda fatos relacionados com a literatura plagiada de Ellen White.

Meses se passaram, até que um dia o livro “101 RESPOSTAS A PERGUNTAS DO DR.FORD”, impresso pela Casa Publicadora Brasileira, caiu em minhas mãos. E à página 84 pude ler:
“É fato que Ellen White verdadeiramente usou obras de outros autores até certo ponto, enquanto empenhada em seus escritos, mas não há nenhuma evidência de intenção de fraude por parte dela, nem há evidência de que qualquer outro autor fosse alguma vez privado de seus legítimos benefícios por causa das atividades dela. Nenhum editor ou autor em qualquer terra já processou ou ameaçou processar Ellen White sob a alegação de que direitos autorais ou editoriais houvessem sido infringidos.”

Como se vê, admiti-se que “Ellen White verdadeiramente usou obras de outros autores até certo ponto...”. Só que esse “até certo ponto” não representa toda a verdade. Quem desejar sentir a proporção dos plágios de Ellen White basta ler o livro THE WHITE LIE (A MENTIRA BRANCA) de Walter Rea, recentemente publicados nos Estados Unidos. O que apresento neste capítulo é apenas uma mostra da realidade. Mas é o suficiente para inteirar o leitor dos principais pontos da questão.

Quero destacar, em prosseguimento, o fato de se firmar que “não há nenhuma evidência de intenção de fraude por parte de Ellen White.” Esta é uma conjectura por demais leviana. Quem pratica plágio na proporção desenvolvida por Ellen White não o faz por equívoco, mas conscientemente, a não ser que queiramos admitir a hipótese absurda e inaceitável de que o que houve não passou de mera coincidência. Houve fraude, sem dúvida. Os fatos e investigações o dizem.

É- nos dito, também , que “nenhum editor ou autor em qualquer terra já processou ou ameaçou processar Ellen White sob a alegação de que direitos autorais ou editoriais houvessem sido infringidos.”. Essa alegação não é digna de um bom advogado.

Sim, porque o fato de não ter sido indiciada por apropriação indébita não a isenta de culpa, assim como não está livre de responsabilidade o faltoso cujo delito está encoberto. Ellen White continua culpada, ainda que não tenha sido considerada como tal pelo advogado contratado para defende-la. Plágio é engano, é uso indevido de literatura pertencente a outrem. E justifica-lo não é menos do que defende-lo.

A defesa de Ellen White não pára por aí. Os seus teimosos seguidores têm procurado inocentar seu procedimento, citando outros autores que igualmente foram excelentes peritos na arte de plagiar. Mas é o caso de se perguntar: desde quando o erro justifica o erro ? Nenhum réu culpado até hoje se tornou livre de culpa pela existência de outros em igualdade de condições.

Ellen White era, aos próprios olhos, profetisa e mensageira do Senhor. Atribuía a Deus a origem de seus escritos. Mas ela encheu seus livros de escritos de vários escritores, entre os quais posso destacar: 
John Harris, William Hanna, Alfred Ederrsheim, Daniel march, Cunningham Geikie, James Aitken Wyllie, William Miller, Hannah Smith, Almou Underwood, Eduard Kirk, William M.Tayllor. Nem mesmo Uriah Smith escapou das garras de Ellen e James White e das assistentes editoriais dela. Como assistentes empenhadas em plagiar em nome de Deus e dos anjos, podemos destcar: Fannie Bolton, Mirian Davis, Sarah Peck, Mary Steward e Mary H.Crisler.

 A seguir, o leitor vai defrontar-se com alguns exemplos de cópias. É pena que o tamanho deste livro não me tenha permitido uma inclusão abundante, como era de se desejar.

De O Grande Professor, John Harris:
“... Ele veio e estabeleceu Seu tabernáculo no meio do acampamento humano, armou Sua tenda lado a lado com as nossas tendas, para atestar a presença de Deus, para nos tornar familiares ao Seu caráter e sensíveis ao Seu amor.”

De O Desejado de Todas as Nações, 1898, da Srª. White:
“Assim Cristo estabeleceu Seu tabernáculo no meio do acampamento humano. Ele armou Sua tenda ao lado das dos homens, morou entre nós e nos familiarizou com seu divino caráter e vida”.

De um anônimo, conforme edição de Rewiew and Herald, 1871:
“A maior necessidade desta época são homens, homens que não se vendem, homens que sejam honestos, homens sãos de dentro para fora, verdadeiros de coração, homens que condenam o erro no amigo ou no inimigo, em si como nos outros, homens cujas consciências são tão fiéis como a bússola o é ao pólo.”

Em education, edição de 1903, o trecho, parece como obra prima da pena “inspirada” de Ellen White:
“ A maior necessidade do mundo é de homens, homens que não se compram nem se vendem, homens que em sua vidas sejam verdadeiros e honestos, e que não tenham medo de chamar o pecado pelo seu próprio nome, homens cuja consciência seja tão leal para com o dever como a bússola o é ao pólo.”

De A Casa de Nosso Pai, 1871, de Daniel March:
“ A águia dos Alpes é às vezes abaixada pela tempestade para dentro do desfiladeiro estreito das montanhas. As nuvens escuras e massas tormentosas passam entre a ave poderosa e as alturas ensolaradas onde ela constrói seu ninho e descansa em pleno dia. Por um tempo, ela corre para lá e para cá batendo a tempestade com as suas asas fortes e provocando os ecos da montanha com seu grito selvagem, procurando em vão alguma saída de sua prisão escura e de paredes altas.”

De Education de Ellen White:
“ A águia dos Alpes é às vezes abaixada pela tempestade para os desfiladeiros estreitos das montanhas. Nuvens tempestuosas fecham essa ave poderosa da floresta em sua massas escuras, separando-a das alturas ensoladas onde ela faz seu lar. Seus esforços para escapar parecem infrutíferos. Ela corre para lá e para cá, batendo o ar com suas asas fortes e provocando os ecos montanhosos com seus gritos.” Poderia prosseguir indefinidamente, citando tantos textos quantos desejasse, para provar a não autenticidade da maior parte dos escritos atribuídos a Ellen White.

 O espaço, porém, não me permite faze-lo. Agora, leitor, quero chamar sua atenção para um incidente curioso e até irônico. Há anos atrás, fui convidado a participar de um debate, em uma capital nordestina, com uma facção dos chamados grupos “reformistas”. Pretendia-se esclarecer a quem Ellen White havia legado as “suas” mensagens: se aos adventistas do sétimo dia ou se a facção reformista, também do sétimo dia. O debate prolongou-se até horas avançadas da noite, e não se chegou a nenhuma conclusão.

Felizmente, naquela ocasião, os ânimos não se exaltaram, ao contrário do que havia acontecido, no passado, em uma reunião da antiga Liga das Nações, quando os participantes quebraram as cadeiras nas cabeças uns dos outros, em uma reunião onde se discutia a paz mundial. Na nossa reunião não houve violência física, mas não levamos para casa além de ilusões, cansaço e sentimento de animosidade.

Veja só, como, às vezes andamos por caminhos esquisitos, e não nos damos conta disto. É que estávamos discutindo os nossos direitos sobre a literatura de Ellen White, e não sabíamos (nem a outra parte) que brigávamos por escritos atribuídos a ela, mas que, em grande parte, tinham sido subtraídos de outros escritores. A vida é assim. Muitas vezes somos traídos pelo nosso fervor e ignorância juntos. Continuando, quero informar aos leitores que as cópias de Ellen "White e de seus assistentes não se limitaram a material literário propriamente dito. Até mesmo títulos de capítulos foram usados como empréstimo compulsório.

Atente para os exemplos abaixo :
Patriarcas e Profetas, edição em inglês, 1958
The Creation
The Flood
The Call of Abraham
Destruction of Sodom
The Marriage of Isac
The Death of Saul
The Fall of Jericho
The Anointing of David
História da Bíblia de Alfred Edermeim, 1876-1880
Criation
The Flood
The Calling of Abram
Destruction of Sodom
The Mariage of Isac
The Miraculous Fall of Jericho

O desejo de copiar parecia, cada vez mais, obedecer à lei do menor esforço. É incomparavelmente mais difícil criar do que copiar o que os outros já escreveram. Mas, convenhamos, copiar até mesmo títulos de capítulos, ipsis litteris,nem seria necessário. A ordem, entretanto, era escrever cada vez mais, e só plagiando seria possível atingir rapidamente a meta prevista. Era sem limites a ânsia da família White para fazer dinheiro. E não é só. A obra precisava ser completa. E assim é que até mesmo figuras foram fraudulentamente subtraídas do livro { A História do Protestantismo de J. A. Wylie e inseridas em O Grande Conflito, edição em inglês, impressa em Oakland, Califórnia, 1886. Em alguns casos, as iniciais dos autores dos desenhos foram simplesmente apagadas. Em outro, raspadas e, em seu lugar, colocadas estas palavras: Press, Oakland, Cal. Certifique-se deste fato lendo The White Lie.

Irmão adventista, não sei se você percebeu que, por vezes, somos muito preguiçosos e relutantes em encarar a realidade dos fatos, com a seriedade que Deus deseja de nós. Eu espero que você não seja um desses. Você não pode permanecer imóvel e indiferente diante do engano. E não pode porque não é um irracional. Você tem o dever de se insurgir contra as suas próprias conveniências, ainda que isto signifique a perda daquilo que lhe possa parecer um privilégio ou uma vantagem. E não é privilégio coisa nenhuma. O que se consegue às expensas do amesquinhamento da verdade não tem qualquer valor. É, antes, prejuízo.
Igreja, não tendo como fugir à realidade dos fatos, acabou por reconhecer os plágios de sua mensageira. Ela, não obstante, procura desviar a atenção do fiel do ponto crucial da questão para outro de nenhuma importância: o aspecto jurídico. Como ela (Ellen White) não foi processada por utilização indébita de material1iterário alheio, então está tudo muito bem. Que maravilha! A nossa profetisa está salva! É o que certamente dizem ou pensam.

Para mim, não seria nenhuma surpresa se os seus defensores, diante da grande "vitória" alcançada por um advogado contratado, movessem um processo contra os autores lesados em seus escritos. É que a razão desaparece quando a paixão e a intransigência são as forças que comandam a mente.
Juridicamente, a Igreja absolveu Ellen White. Mas moralmente? Bem, tudo, até o inesperado pode acontecer, em se tratando de homens que agem e falam em nome de Deus.

"O HOMEM RECORRE À VERDADE SOMENTE
QUANDO LHE FALTAM AS MENTIRAS" (M. Lenoir).

AINDA OS EMPRÉSTIMOS

Quero, neste capítulo, referir-me novamente ao livro 101 RESPOSTAS A PERGUNTAS DO DR. FORD, publicado pelos adventistas.

O livro chega ao exagero de afirmar que "não há nenhuma evidência de fraude por parte" de Ellen White, no que diz respeito às acusações que lhe têm sido feitas no passado e, mormente, nestes dois últimos anos. Walter Rea, em seu livro The White lie (A Mentira Branca) diz, com sobejas e irrefutáveis provas, que o material utilizado nos escritos de Ellen White foi recolhido de inúmeros autores, adventistas e não adventistas, não somente por ela, mas ainda por um razoável número de pessoas, como James White e várias secretárias, sem falar de ministros, que também davam a sua colaboração. E tudo foi feito, compilado, pilhado e publicado em nome de Deus e dos anjos. E nada havia que não fosse inspirado. Dá-nos pena ver os defensores de Ellen White empenhados na tentativa de inocentar o seu procedimento, citando outros autores que igualmente foram excelentes peritos na arte de plagiar. Mas o que tem a ver uma coisa com a outra? Desde quando o erro justifica o erro ? Nenhum réu confesso se tornou isento de culpa pela existência de outros nas mesmas condições. Quero transcrever o que consta a partir da página 101 do mesmo livro:

"O uso dos escritos de Smith por Ellen White é típico do modo como ela , usava outros autores ou há exemplos de cópia mais próxima, palavra por palavra, possivelmente sentenças por sentenças inteiras? O uso dos escritos de Smith por Ellen White era bem típico do seu modo de fazer empréstimos literários. Há contudo alguns casos de cópia ou dependência muito próxima."
As expressões que você acabou de ler, vasadas de certo cinismo, não sa:o minhas. Elas constam do livro citado. A expressão: "era bem típico do seu modo de fazer empréstimo" não passa de uma tentativa cavilosa de camuflar os fatos.

Ela era a profetisa comissionada pelo Céu. Logo, podia apropriar-se de literatura (' que não era sua. É o que certamente pensam. Chamo ainda sua atenção, leitor, para o uso incorreto da palavra "empréstimo", quando se trata de defender Ellen White. Esta colocação me parece imprópria, pois o termo "empréstimo" envolve o consentimento da outra parte. E no caso presente, os inúmeros escritores plagiados e subtraídos nos seus direitos; não foram consultados. Nem sequer lhes foi dirigido um "muito obrigado."
Com um marido experiente no comando, com várias secretárias a plagiar / dezenas de escritores, quem não consegue deixar para a posteridade uma "vasta e inspiradora obra"?



Fonte: TORRES, Ubaldo. Igreja de Vidro.      17/01/2015

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Quais foram os chamados Pais da Igreja? / What were the so-called Church Fathers?







INTRODUÇÃO
A partir do ano 95 d.C., os líderes ou bispos, começaram a ser chamados de "Pais da Igreja", como uma forma carinhosa, por sua lealdade. O nome “Heróis da Fé” foi usado mais amplamente a partir do terceiro século para descrever os campeões ortodoxos da Igreja e os expoentes de sua fé. Os Pais da Igreja são classificados em quatro grupos: 
Descrição: http://www.sepoangol.org/animation/ckblue.gifOs Pais Apostólicos
Descrição: http://www.sepoangol.org/animation/ckblue.gifOs Apologistas ou Ante-Nicenos
Descrição: http://www.sepoangol.org/animation/ckblue.gifOs Polemistas ou Nicenos
Descrição: http://www.sepoangol.org/animation/ckblue.gifOs Teólogos Científicos ou Pós-Nicenos

Os Pais Apostólicos são caracterizados pela edificação e fortalecimento dos crentes na fé; os Apologistas, pela sua defesa aos ataques contra o Cristianismo; os Polemistas, pela defesa contra heresias dentro da Igreja; e os Teólogos, pela aplicação da Teologia em áreas filosóficas e científicas. 

OS PAIS APOSTÓLICOS 

Data: Primeiro Século (30 - 100).
Objetivo: Exortar e edificar a Igreja.
Preeminentes no Ocidente: Clemente de Roma.
Preeminentes no Oriente: Inácio, Policarpo, Barnabé, Papias, Hermas e Didaquê. 

OS APOLOGISTAS 
Data: Segundo Século (120 - 220).
Objetivo: Defender o Cristianismo.
Preeminentes no Ocidente: Tertuliano.
Preeminentes no Oriente: Justino, o Mártir, Taciano, Teófilo, Aristides e Atenágoras. 

OS POLEMISTAS 

Data: Terceiro Século (180 - 250).
Objetivo: Lutar contra as falsas doutrinas.
Preeminentes no Ocidente: Irineu, Tertuliano e Cipriano.
Preeminentes no Oriente: Panteno, Clemente, Orígenes e Hipólito. 

OS TEÓLOGOS CIENTÍFICOS 

Data: Quarto Século (325 - 460).
Objetivo: Aplicar métodos científicos na interpretação bíblica.
Preeminentes no Ocidente: Jerônimo, Ambrósio e Agostinho.
Preeminentes no Oriente: Crisóstomo e Teodoro.
Preeminentes no Alexandria: Atanásio, Basílio de Cesaréia e Cirilo. 

A biografia que passaremos a estudar, sobre alguns destes Pais da Igreja, é um resumo daquilo que realmente viveram em suas épocas. Que possamos tomar o exemplo de fé, amor pelas almas e ousadia destes homens; e saber que na época em que vivemos hoje, ainda podemos ser “Heróis da Fé”. Possamos através da graça de Deus, pagar o preço que nos é proposto, a fim de manter a Igreja edificada, a defesa do Evangelho e a luta contra todo espírito que queira corromper as doutrinas da infalível Palavra de Deus. Que o Senhor vos abençoe! 

BIOGRAFIAS DOS PAIS DA IGREJA 

Clemente: Escritor de Alexandria, 155-220.
Inácio: Bispo de Antioquia na Síria, I e II século.
Policarpo: Bispo de Esmirna, 70-155. 
Justino, o Mártir: Apologista de Samaria, 100-165.
Irineu: Polemista anti-gnóstico de Esmirna, 130-200. 
Tertuliano: Escritor e Apologista de Cartago, 160-230.
Orígenes: Escritor e Teólogo de Alexandria, 185-254.
Cipriano: Polemista anti-novaciano de Cartago, 246-258.
Eusébio: Historiador da Igreja, 265-339.
Jerônimo: Tradutor da Bíblia para o Latim, a Vulgata, 325-378. 
Crisóstomo: Expositor e Orador de Antioquia, 347-407.
Agostinho: Filósofo e Teólogo de Hipona, Norte da África, 354-430.
John Wycliff: Reformador e Tradutor da Bíblia para o Inglês, 1328-1384. 
John Huss: Professor e Reformador da Boêmia, 1372-1415.
William Tyndale: Reformador e Tradutor do Novo Testamento, 1494-1536. 
Martinho Lutero: Reformador da Alemanha, 1483-1546.
João Ferreira de Almeida: Tradutor da Bíblia para o Português, 1691. 

Fonte: http://www.sepoangol.org/biogra-p.htm

                                                        Itard Víctor Camboim De Lima 18/02/2015



sábado, 7 de fevereiro de 2015

Margaret Macdonald criou o arrebatamento Pré-Tribulacionista?




Lamentavelmente, os críticos do dispensacionalismo dizem que o ensino do ARREBATAMENTO DA IGREJA ANTES DA GRANDE TRIBULAÇÃO é uma inverdade, concluindo que é fruto de uma revelação exposta por uma adolescente (Margareth Macdonald).


Tal conclusão é fruto de uma postura racional infiel à história do ensino e de não ser provida de análises atenciosas, pois quando se lê o relato da revelação da mística adolescente Margareth Macdonald, ver-se-á que tal revelação não ensina o arrebatamento pré-tribulacional da Igreja, e sim, outra forma de arrebatamento. Vejamos o que foi dito no Monergismo.com:


Sempre que o cristão encontra uma doutrina que não foi ensinada por alguém de qualquer ramo da igreja de Cristo durante os dezoito séculos passados, ele deveria ter muita suspeita de tal ensino. Esse fato em e por si mesmo não prova que o novo ensino é falso. Mas, deveria definitivamente levantar suspeitas, pois se algo é ensinado na Escritura, não é absurdo esperar que ao menos uns poucos teólogos e exegetas tenham descoberto isso antes. O ensino de um arrebatamento secreto pré-tribulacional é uma doutrina que nunca existiu antes de 1830.

O arrebatamento pré-tribulacional veio à existência mediante uma exegese cuidadosa da Escritura? Não! A primeira pessoa a ensinar a doutrina foi uma jovem chamada Margaret Macdonald.

Margaret não era teóloga nem expositora bíblica, mas uma profetiza da seita Irvingita2 (a Igreja Católica Apostólica). O jornalista cristão Dave MacPherson escreveu um livro sobre o assunto da origem do arrebatamento secreto. Ele escreve: “Temos visto que uma jovem escocesa chamada Margaret Macdonald teve uma revelação particular em Port Glasgow, Escócia, no começo de 1830, de que um grupo seleto de cristãos seria capturado para encontrar Cristo nos ares, antes dos dias do Anticristo. Uma testemunha ocular, Robert Norton M.D., preservou o relato escrito a mão por ela da sua revelação de um arrebatamento pré-tribulacional em dois de seus livros, e disse que foi a primeira vez que alguém dividiu a segunda vinda em duas partes ou estágios distintos. Seus escritos, juntamente com muitas outras literaturas da Igreja Católica Apostólica, ficaram escondidos por muitas décadas do pensamento evangélico dominante, e apenas recentemente reapareceram.

As visões de Margaret eram bem conhecidas por aqueles que visitavam sua casa, entre eles John Darby dos Irmãos. Dentro de poucos meses sua concepção profética distintiva foi refletida na edição de setembro de 1830 do The Morning Watch3 e na primeira assembléia dos Irmãos em Plymouth, Inglaterra. Os primeiros 1 E-mail para contato: felipe@monergismo.com. Traduzido em dezembro/2007. 2 Irvingitas são os seguidores do famoso pregador de Londres, Edward Irving. A nova denominação Igreja Católica Apostólica não foi fundada por Edward Irving (1792-1834), mas certamente recebeu sua influência. Ver artigo “Edward Irving: Precursor do Movimento Carismático na Igreja Reformada”, Alderi Souza de Matos, Fides Reformata. (N. do T.) 3 Jornal trimestral pouco conhecido publicado pelos Irvingitas de 1829 a 1832. (N. do T.) Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9) www.monergismo.com 2 discípulos da interpretação pré-tribulacionista freqüentemente a chamavam de uma nova doutrina”.4 John Nelson Darby (1800-1882), que foi o líder do movimento Irmãos e “pai do Dispensacionalismo moderno”, tomou o novo ensino de Margaret Macdonald sobre o arrebatamento, fez algumas mudanças (ela ensinava um arrebatamento parcial de crentes, enquanto ele ensinava que todos os crentes seriam arrebatados) e incorporou-o em seu entendimento dispensacionalista da Escritura e profecia.

Darby gastaria o resto de sua vida falando, escrevendo e viajando para espalhar a nova teoria do arrebatamento. Os Irmãos de Plymouth admitiam abertamente e até mesmo se orgulhavam do fato que entre os seus ensinos estavam alguns totalmente novos, que nunca tinham sido ensinados pelos pais da igreja, escolásticos medievais, reformadores protestantes e muitos outros comentaristas. O maior responsável pela ampla aceitação do pré-tribulacionismo e dispensacionalismo entre os evangélicos foi Cyrus Ingerson Scofield (1843- 1921). C. I. Scofield publicou sua Bíblia de Referência Scofield em 1909. Essa Bíblia, que expunha as doutrinas de Darby em suas notas, se tornou muito popular em círculos fundamentalistas. Na mente de muitos – professores da Bíblia, pastores fundamentalistas e multidões de cristãos professos – as notas de Scofield eram praticamente igualadas à própria palavra de Deus. Se uma pessoa não aderia ao esquema dispensacionalista e pré-tribulacional, ele ou ela seria quase que automaticamente rotulado de modernista. Hoje existe uma abundância de livros advogando a teoria do arrebatamento pré-tribulacional e o entendimento dispensacionalista dos fins dos tempos. Dado o fato que entre os cristãos professos o arrebatamento pré- tribulacional ainda é freneticamente popular, uma comparação dessa teoria com o ensino bíblico está justificado.

 Veremos que os argumentos típicos oferecidos em favor dessa teoria estão em conflito com a Bíblia.5  Fonte: Extraído e traduzido do livreto “Is the Pretribulation Rapture Biblical?”, de Brian Schwertley.

4 Dave MacPherson, The Incredible Cover-Up: The True Story of the Pre-Trib Rapture (Plainfield, NJ: Logos International, 1975), p. 93. Os seguintes estudiosos são citados por MacPherson como concordando com a afirmação dele que o pré-tribulacionismo é uma doutrina totalmente moderna, que se originou em ou por volta de 1830: Samuel P. Tregelles, Alexander Reese, Floyd E. Hamilton, Oswald T. Allis, D. H. Kromminga, George E. Ladd and J. Barton Payne. MacPherson também cita vários estudiosos dispensacionalistas e pré-tribulacionistas que admitem que a teoria pré-tribulacionista é de fato uma nova doutrina: W. E. Blackstone, H. A. Ironside, Charles C. Ryrie, Gerald B. Stanton and John F.Walvoord.1


Vejamos o que diz o Dr. Charles C. Ryrie (1997) a respeito:

“A mística mencionada foi uma adolescente chamada Margaret Macdonald [...], e que, segundo se alega, influenciou tanto os seguidores de Irving como Darby, a respeito do Arrebatamento pré-tribulacionista.

Esta acusação é feita por Dave MacPherson no livro The Incredible Cover-Up (O Incrível Disfarce). [...].

Permita citar alguns trechos do relato de MacPherson sobre os manuscritos de Margaret Macdonald a respeito da sua revelação pré-tribulacionista, recebida em 1830, para que possamos ver se ela de fato ensinou o Arrebatamento pré-tribulacionista: 

“...O TEMPLO ESPIRITUAL DEVE SER E SERÁ REERGUIDO, E A PLENITUDE DE CRISTO DERRAMADA EM SEU CORPO, E ENTÃO NÓS SEREMOS TOMADOS PARA ENCONTRÁ-LO... A TRIBULAÇÃO DA IGREJA VEM DO ANTICRISTO. E SERÁ PELA PLENITUDE DO ESPÍRITO QUE NÓS SEREMOS GUARDADOS... OH! NÃO É CONHECIDO O SINAL DO FILHO DO HOMEM... EU O VI, E ERA O PRÓPRIO SENHOR DESCENDO DO CÉU COM GRANDE VOZEIRO... AGORA O INÍQUO SERÁ REVELADO, COM TODO PODER E SINAIS E MARAVILHAS MENTIROSAS, DE TAL FORMA QUE, SE FOSSE POSSÍVEL, OS PRÓPRIOS ELEITOS SERIAM ENGANADOS – ESTA É A DURA TRIBULAÇÃO QUE VIRÁ TENTAR A TODOS NÓS”.

Três coisas me preocupam aqui:

1. Essa adolescente fez uma distinção entre crentes espirituais e outros crentes, e viu somente os espirituais participando do Arrebatamento. MacPherson conclui erradamente, a partir desse fato, que Macdonald quis ensinar a vinda secreta [de Cristo]. Na realidade, ela estava ensinando o ponto de vista do arrebatamento parcial.

2. Ela viu a Igreja (“nós”) sendo purificada pelo Anticristo. MacPherson entende isso como sendo que a Igreja será arrebatada antes que o Anticristo surja, ignorando o “nós”. Na verdade, Margareth Macdonald viu a Igreja suportando a perseguição do Anticristo durante os dias da Tribulação.

3. Margareth Macdonald identificou o sinal da vinda do Filho do Homem (Mt 24.30), o qual claramente aparece no fim da Tribulação, como que acontecendo ao mesmo tempo que o Arrebatamento. MacPherson diz que Margareth Macdonald cria ou em um período muito curto de Tribulação, ou, tal como ele, ela entendeu que o sinal seria visto somente pelos crentes cheios do Espírito antes que o iníquo fosse revelado.

Na verdade, Margareth Macdonald se mostra totalmente confusa ao fazer tais afirmações.

No máximo, sua visão equacionaria o sinal do fim da Tribulação com o Arrebatamento, o que dificilmente seria o ponto de vista pré-tribulacionista! Quanto a essa adolescente [...], temos que classificá-la como “uma defensora confusa do Arrebatamento”.

Ela defendeu elementos de Arrebatamento parcial, pós-tribulacionismo, talvez Mid-Tribulacionismo, mas nunca “pré-tribulacionista.”


Notas:
  http://www.monergismo.com/textos/dispensacionalismo/origem-arrebatamento-pre_Schwertley.pdf

 (VEM DEPRESSA, SENHOR JESUS – Charles C. Ryrie – 1997 - grifos nossos)

                                                                                                                                            07/02/2015