sábado, 30 de maio de 2015

O Proselitismo da Igreja Adventista


Não é estranho conversar com adventistas do sétimo dia ou assistir um dos programas televisivos que a sua denominação dispõe, através da TVnovotempo, e vê-los verbalmente tratando os evangélicos  como -irmãos-. Muitos que estão no seio evangélico, por falta de informação, consideram os adventistas irmãos,pois entendem que a única coisa que eles não tem em comum, é  a guarda do sábado.
Mas, verdadeiramente os adventistas consideram os evangélicos seus irmãos, ou é apenas uma forma sagaz para levar estes às suas falsas crenças?

            Abaixo veremos a forma intolerante que a igreja adventista promove para com os evangélicos das denominações Batista, Presbiteriana, Metodista, Nazareno, Assembleia de Deus (pentecostais), Luterana, através  do pastor - Mark Finley -  na obra "Estudando Juntos".








Vejamos algumas instruções, segundo Mark Finley:


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quarta-feira, 13 de maio de 2015

Clemente, Policarpo e Inácio refutam o argumento de Lucas Banzoli




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Durante minhas pesquisas acerca da imortalidade da alma e do acesso imediato dos salvos à Presença de Deus, tenho visto muitas citações vindas da patrística, só que as tais sempre aparecem fora dos seus devidos contextos quando são fornecidas pelos adeptos da doutrina do sono da alma ou do  aniquilacionismo temporário, que desde os primórdios da Igreja tem sido duramente combatida.


Essas distorções podem ser vistas após os amados leitores acessarem os seguintes links abaixo que contém estudos que tentam provar, ainda que sem sucesso, que a crença dos cristãos do século I, era a do ANIQUILACIONISMO:

Clicar nas imagens.




Para conferir os locais das imagens clique Aqui  Aqui


É interessante iniciarmos esta refutação informando aos amados leitores que, o falso ensino do aniquilacionismo-sono da alma, é antigo, e esteve presente também em uma seita da arábia conforme nos conta Eusébio de Cesaréia em sua obra (História Eclesiástica, p 142. 2002. Novo Século), pela qual ele diz que Orígenes, pai da igreja, refutou, livrando assim seus adeptos do engano. Essa estranha crença, foi adotada por Arnóbio (final do século IV), conforme nos conta Norman Geisler em sua obra (Teologia Sistemática. Vol 2. p. 805).

 Acerca da Crença Judaica sobre o sofrimento eterno, Norman Geisler apresenta o pensamento intertestamentário.  
 
 Na era entre o Antigo e o Novo Testamento, fontes religiosas judaicas faziam referência ao inferno.  O autor de 4 Macabeus  disse: 

 Por causa do cruel assassinato que cometestes irás sofrer eternamente nas mãos da justiça divina um  adequado  castigo pelo  fogo [...]  Por  tua impiedade  e  crueldade irás suportar  tormentos  até o  fim [...]  [em  um]  destino  eterno.  A justiça divina te entrega a um fogo eterno  e  rápido,  e  aos  tormentos  que  não  te  abandonarão  por  toda  eternidade.  Uma grande luta e um grande perigo para a alma aguardam em eterno tormento aqueles que  transgridem os mandamentos de Deus (9.9;  10.11,15;  12.12;  13.15)".

 Semelhantes às afirmações feitas por Cristo12, o historiador judeu Josefo (c. 37-100), escreveu um “Discurso aos Gregos a Respeito do Hades”. 

 Hades é um lugar do mundo que não foi regularmente terminado; é uma região subterrânea onde a luz desse mundo não brilha; por causa dessas circunstâncias, pois nesse lugar a luz não brilha, não se pode lá estar a não ser em perpétua escuridão. Essa região foi destinada para dar custódia às almas, das quais os anjos foram nomeados guardiões,  e  a  elas eles distribuem castigos temporários, apropriados às suas maneiras e ao seu comportamento. 

 Nessa região, existe um certo lugar separado, como se fosse um lago de  fogo perpétuo, onde supomos que ninguém tenha sido lançado até agora, mas que está preparado para um dia pré-determinado por Deus no qual um justo castigo será aplicado merecidamente a todos os homens [...] [Eles receberão] esse castigo eterno por terem dado causa à corrupção, enquanto  os  justos  irão  receber  um  reino  incorruptível  e  eterno.  Eles  estarão então confinados no Hades, mas não no mesmo lugar onde os injustos estarão confinados [...] [Deus permite]  um  castigo eterno  aos amantes de palavras iníquas.  A eles pertence esse fogo perpétuo e sem fim, um  certo bicho ardente que nunca morre  e  nem  destrói  o corpo, mas que continua a emergir desse corpo para que ele nunca cesse de lamentar. (Teologia Sistemática vol. 2 p. 752-753).         
Flávio Josefo, diga-se de passagem foi sacerdote, falando sobre os fariseus e os essênios evidencia a crença na imortalidade da alma. Vale salientar que o apóstolo Paulo era fariseu, e João Batista conforme a tradição viveu entre os essênios. Josefo relatou o seguinte:


“A maneira de viver dos fariseus não é fácil, nem cheia de delícias: é simples. Eles se apegam obstinadamente ao que se convencem que devem abraçar.[..] Eles julgam que as almas são imortais. [...] A opinião dos saduceus é que as almas morrem com o corpo [...]Os essênios [..] Crêm que as almas são imortais.” (História dos Hebreus. Livro Décimo Oitavo. Cap 2.p. 826-827).

O Aniquilacionismo foi tido como maldito:

 “Como confirmamos anteriormente o aniquilacionismo foi condenado como herege pelo Sínodo de Constantinopla, em 543, pelo Segundo Concilio de Constantinopla, em 553, e pelo Quinto Concilio de Latrão, em 1513 (veja Wenham,  GG, 28,  e  Cross,  ODCC,  328).” (Teologia Sistemática vol 2. P. 805).


"Em um exemplo, o último dos nove anátemas do Imperador Justiniano (c. 483-565) contra Orígenes (c. 185-c 254) diz: “Se alguém disser [...] que a punição dos demônios e dos ímpios é apenas temporária e um dia terá fim [...]  que seja anátema” (em Roberts e Donaldson, ANF, Vol 14). Antes da Reforma, o Quinto Concílio de Latrão (1513) também condenou a negação do inferno (veja Cross, ODCC, 328)." (GEISLER. Norman. Teologia Sistemática. Vol 2. p. 822. CPAD).
   Para ler os anátemas clique Aqui
  
     Bom, entre os mais citados pais da igreja estão, Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna e Clemente de Roma, pois eles são bem vistos como homens de respeito dentro da patrística pelo fato dos tais terem conhecido os apóstolos de Jesus. Todavia, quando procurei ver se havia coerência no que está sendo apresentado pelos os que negam a doutrina bíblica da imortalidade da alma (Mt 10:28), tomei um susto ao perceber que os primeiros pais da igreja na verdade combatiam esta estranha doutrina à Bíblia, ao ensinarem que todo aquele que morre continua em sã consciência e não aniquilado temporariamente ou dormindo esperando Deus despertá-lo de um suposto cochilo, conforme ensina os atuais representantes desse ensino que são os Adventistas do Sétimo Dia, Testemunhas de Jeová e os simpatizantes destes. Abaixo estão as informações biográficas e as citações dos primeiros pais da igreja.


Clemente de Roma.  

Nascido em Roma no ano 35 nos arredores do Coliseu, de família hebraica, foi ordenado pelo apóstolo Pedro à líder da igreja de Roma conforme diz Tertuliano:

Porque é assim que as igrejas apostólicas transmitem suas listas: como a igreja de Esmirna, que sabe que Policarpo foi colocado lá por João, como a igreja de Roma, onde Clemente foi ordenado por Pedro. Assim, todas as outras igrejas que tiveram lhes mostram em que tem as raízes apostólicas, tendo recebido o episcopado pela mão dos apóstolos. (Prescrição contra os Hereges, 32, 1)1

Segundo Clemente de Alexandria e Orígenes, Clemente de Roma Foi sucessor de Anacleto I (ou Cleto) e autor da Epístola de Clemente aos Coríntios.

Irineu de Lyon corrobora com a informação anterior:  

Os bem-aventurados apóstolos que fundaram e edificaram a igreja [de Roma] transmitiram o governo episcopal a Lino', o Lino que Paulo lembra na carta a Timóteo (2Tm 4:21) . Lino teve como sucessor Anacleto. Depois dele, em terceiro lugar, depois dos apóstolos, coube o episcopado a Clemente, que vira os próprios apóstolos e estivera em relação com eles, que ainda guardava viva em seus ouvidos a pregação deles e diante dos olhos a tradição. (Irineu de Lyon, Contra as Heresias, Livro III, capítulo III, verso III, versículo acrescentado, grifo nosso).1

Eusébio de Cesaréia nos informa que Clemente andou com apóstolo Paulo:

“ Paulo também atesta que Clemente – instituído terceiro bispo da Igreja de Roma – foi seu colaborador e companheiro de luta. (Fp 4:3) (História Eclesiástica. p. 53).

Em sua epístola aos crentes de Corinto, Clemente os informa que os heróis espirituais, Pedro e Paulo, após sofrerem perseguições, apedrejamento, cárcere, partiram para o lugar de Glória ou Santuário, ou seja, para a Presença de Deus: 

Πέτρον ὃς διὰ ζῆλον ἄδικον οὐχ ἕνα οὐδὲ δύο ἀλλὰ πλείονας ὑπήνεγκεν πόνους καὶ οὕτω μαρτυρήσας ἐπορεύθη εἰς τὸν ὀφειλόμενον τόπον τῆς δόξης

διὰ ζῆλον καὶ ἔριν Παῦλος ὑπομονῆς βραβεῖον ὑπέδειξεν

ἑπτάκις δεσμὰ φορέσας φυγαδευθείς λιθασθείς κήρυξ γενόμενος ἔν τε τῇ ἀνατολῇ καὶ ἐν τῇ δύσει τὸ γενναῖον τῆς πίστεως αὐτοῦ κλέος ἔλαβεν

δικαιοσύνην διδάξας ὅλον τὸν κόσμον καὶ ἐπὶ τὸ τέρμα τῆς δύσεως ἐλθὼν καὶ μαρτυρήσας ἐπὶ τῶν ἡγουμένων οὥτως ἀπηλλάγη τοῦ κόσμου καὶ εἰς τὸν ἅγιον τόπον ἀνελήμφθη ὑπομονῆς γενόμενος μέγιστος ὑπογραμμός  (1Cl 5:4-7APF, grifo nosso) 2


J.N.D. KELLY, autor da obra "Patrística", que teve a imagem da capa de sua obra usada pelo autor aniquilacionista, veja  Aqui , cita este mesmo texto:




 “Clemente, por exemplo, fala que Pedro e Paulo partiram diretamente para “o lugar santo”, encontrando ali um grande grupo de mártires e santos “aperfeiçoados na caridade”. (Patrística. p. 352, grifo nosso).

Em (2Clem 17:7) é dito que os que negaram a Cristo por meio de obras e palavras, serão punidos com tormentos cruéis em um fogo inextinguível:

οἱ δὲ δίκαιοι εὐπραγήσαντες καὶ ὑπομείναντες τὰς βασάνους καὶ μισήσαντες τὰς ἡδυπαθείας τῆς ψυχῆς ὅταν θεάσωνται τοὺς ἀστοχήσαντας καὶ ἀρνησαμένους διὰ τῶν λόγων ἢ διὰ τῶν ἔργων τὸν Ἰησοῦν ὅπως κολάζονται δειναῖς βασάνοις πυρὶ ἀσβέστῳ ἔσονται δόξαν διδόντες τῷ θεῷ αὐτῶν λέγοντες ὅτι ἔσται ἐλπὶς τῷ δεδουλευκότι θεῷ ἐξ ὅλης καρδίας (2Cl 17:7 APF) 2


Policarpo de Esmirna.

Policarpo nasceu em uma família cristã da alta burguesia no ano 69, em Esmirna, Ásia Menor, atual Turquia. Segundo Irineu de Lyon, Policarpo foi discípulo do apóstolo João e teve a oportunidade de conhecer os apóstolos que ainda se encontravam vivos .3

Policarpo ao escrever aos crentes de Filipos, mostrou que concordava com Clemente, ao dizer que Paulo, Rufo Inácio e  Zózimo, já estão nos seus devidos lugares, isto é, junto ao Senhor:

Παρακαλῶ οὖν πάντας ὑμᾶς πειθαρχεῖν τῷ λόγῳ τῆς δικαιοσύνης καὶ ἀσκεῖν πᾶσαν ὑπομονήν ἣν καὶ εἴδατε κατ᾽ ὀφθαλμοὺς οὐ μόνον ἐν τοῖς μακαρίοις Ἰγνατίῳ καὶ Ζωσίμῳ καὶ Ῥούφῳ ἀλλὰ καὶ ἐν ἄλλοις τοῖς ἐξ ὑμῶν καὶ ἐν αὐτῷ Παύλῳ καὶ τοῖς λοιποῖς ἀποστόλοις
πεπεισμένους ὅτι οὗτοι πάντες οὐκ εἰς κενὸν ἔδραμον ἀλλ᾽ ἐν πίστει καὶ δικαιοσύνῃ καὶ ὅτι εἰς τὸν ὀφειλόμενον αὐτοῖς τόπον εἰσὶ παρὰ τῷ κυρίῳ ᾧ καὶ συνέπαθον οὐ γὰρ τὸν νῦν ἠγάπησαν αἰῶνα ἀλλὰ τὸν ὑπὲρ ἡμῶν ἀποθανόντα καὶ δι᾽ ἡμᾶς ὑπὸ τοῦ θεοῦ ἀναστάντα (Pol 9:1-2 APF)2

Eusébio de Cesaréia cita este mesmo texto pertencente a Policarpo:

 “ Exorto-vos pois todos a obedecer e exercitar toda a paciência, a que vistes com vossos olhos não somente nos bem-aventurados Inácio, Rufo e Zózimo, mas também em outros dos vossos, e no próprio Paulo e nos demais apóstolos, persuadidos que não correram em vão, mas na fé e na justiça, e que já estão no lugar que lhes é devido, junto ao Senhor, com a qual padeceram”. (História Eclesiástica. p. 72, grifo nosso).


Inácio de Antioquia.

Inácio foi amigo de Policarpo, conheceu o apóstolo João e foi bispo em Antioquia ao suceder o apóstolo Pedro conforme nos diz Eusébio de Cesaréia:

“Ao mesmo tempo adquiriram notoriedade Papias, bispo da igreja em Hierápolis, Inácio, o homem mais celebre para muitos ainda hoje, segundo a obter a sucessão de Pedro no episcopado de Antioquia.” (História Eclesiática. p. 71).

Inácio ao escrever aos crentes de Trales, mostrou que cria que após sua morte ele continuaria a se sacrificar pelos trálios:

“Meu espírito se sacrifica por vós, não somente agora, mas também quando eu chegar a Deus. Eu ainda estou exposto ao perigo, mas o Pai é fiel, em Jesus Cristo, para atender minha oração e a vossa. Que sejais encontrados nele sem reprovação.”

ἁγνίζεται ὑμῶν τὸ ἐμὸν πνεῦμα οὐ μόνον νῦν ἀλλὰ καὶ ὅταν θεοῦ ἐπιτύχω ἔτι γὰρ ὑπὸ κίνδυνόν εἰμι ἀλλὰ πιστὸς ὁ πατὴρ ἐν Ἰησοῦ Χριστῷ πληρῶσαί μου τὴν αἴτησιν καὶ ὑμῶν ἐν ᾧ εὑρεθείητε ἄμωμοι  (Itr 13:3 APF)2

Ora, como alguém que acreditava em uma sã consciência ao chegar à Presença de Deus poderia não crer na imortalidade da alma e não discordar duramente do sono da alma e do aniquilacionismo?
Vale ressaltar que Clemente, Policarpo e Inácio foram discípulos diretos dos apóstolos, e se eles defendiam o acesso direto e consciente a Deus, é porque foram instruídos dessa forma, pois esse é o ensino bíblico (Gn 5:24; 2Rs 2:1-11; Lc 23:43; Fp 1:21-23; Ap 6:9).




    Outras citações acerca da imortalidade da alma contidas na história da Igreja


                                                    Inácio (falecido c. 110 d. C.)

“Se aqueles que corrompem meras famílias humanas são condenados à morte, muito mais merecedores de um castigo eterno são aqueles que se dedicam a corromper a Igreja de Cristo, pela qual o Senhor Jesus, o Unigênito Filho de Deus, sofreu a cruz e se submeteu à morte! Qualquer um que, “engordando”, e se “tornando grosseiro”, desprezar a doutrina do Senhor, irá para o inferno “(EIP, 4).

                                                             Teófilo (c. 130-190)

“Admitindo, portanto, a prova de tais eventos que aconteceram como foi previsto, não tenho dúvidas, creio em Deus e o obedeço; e você também deve se submeter por fé, para não continuar como um incrédulo, e se convencer depois, quando estiver sendo atormentado pelos castigos eternos que foram previstos pelos profetas. Os poetas posteriores e os filósofos roubaram estas palavras das Escrituras sagradas para tornarem as suas doutrinas dignas de crédito” (TA, 1.14).

                                                      Policarpo (final do século II)

“Tu me ameaçaste com um fogo que queimou durante uma hora, e que pouco depois se extinguiu; mas ignoras o fogo do futuro juízo e do castigo eterno, reservado para os infiéis” (EECS, 11).

                                              Epístola a Diogneto (final do século II)         

A alma imortal habita em uma tenda mortal; os cristãos também habitam, como estrangeiros, em moradas que se corrompem, esperando a incorruptibilidade nos céus. Maltratada no comer e no beber, a alma se aprimora; também os cristãos, maltratados, se multiplicam mais a cada dia. Esta é a posição que Deus lhes determinou; e a eles não é lícito rejeitá-la”.2

                                                             Irineu (c. 125-c. 202)

“A separação de Deus consiste na perda de todos os benefícios que Ele reservou [...] Agora, as boas coisas são eternas e nunca terão fim perante Deus; portanto, a sua perda também é eterna e nunca termina” (AH, 4.39.4)

O corpo morre e é decomposto, mas não a alma, ou o espírito. Pois morrer é perder força vital, e tornar-se, consequentemente, sem fôlego, inanimado e sem movimentos, e decompor-se naqueles componentes dos quais também se originou a sua existência. Mas este evento não acontece com a alma, pois ela é o sopro da vida; nem com o espírito, pois o espírito é simples e não composto, de modo que não pode ser decomposto, e ele é a vida daqueles que o recebem (AH, 5.7.1).

Como o Senhor “se afastou no meio da sombra da morte”, onde estavam as almas dos mortos, e, contudo, posteriormente, Ele ressuscitou no corpo, e depois da ressurreição foi levado ao céu, fica claro que as almas dos seus discípulos também [...] entrarão no lugar invisível que lhes foi destinado por Deus, e ali permanecerão até a ressurreição, esperando por ela; então, recebendo os seus corpos, e ressuscitando em sua totalidade, isto é, de modo corpóreo, assim como o Senhor ressuscitou, eles assim irão à presença de Deus” (ibid., 5.31.2).

                                                      Tertuliano (c. 155-c. 225)

“O, vós, pagãos, que têm e merecem a nossa piedade, vede que colocamos perante vós a promessa que o nosso sistema sagrado está oferecendo. Ele garante vida àquele que o segue e obedece; por outro lado, ele ameaça com o castigo eterno e um fogo perpétuo aqueles que são profanos e hostis. A ressurreição dos mortos é igualmente pregada a ambas as classes (AN, 1.1.7).
Se, portanto, alguém supuser que a destruição da alma e da carne no inferno leve ao extermínio total das duas essências e não ao seu tratamento penal (como se devessem ser consumidas, e não castigadas), é preciso que esse alguém se lembre de que o fogo do inferno é eterno, e foi expressamente anunciado como um castigo perpétuo. E que ele então admita que é devido a essa circunstância que essa “morte” perpétua é mais formidável que um simples assassinato humano, que é apenas temporal” (ORF, 35).

                                                       Justino Mártir (c. 100-c. 165)

“Uma vez que a sensação continua para todos os que já viveram, e a punição eterna está armazenada (isto é, para os ímpios), tome cuidado para não negligenciar ser convencido, e agarre-se à sua fé de que estas coisas são verdadeiras (FA, 18).

Os ímpios, nos mesmos corpos, se unirão outra vez com seus espíritos que agora deverão enfrentar a eterna punição; e não somente, como disse Platão, por um período de mil anos (ibid., 8).

Isso [...] é o que esperamos e aprendemos de Cristo, e ensinamos. E Platão, da mesma maneira, costumava dizer que Rhadamanthus e Minos iriam castigar os iníquos que estivessem à sua frente; e nós dizemos que a mesma coisa será feita, mas através das mãos de Cristo e sobre os iníquos, no mesmo corpo unido novamente ao seu espírito que então sofrerá um castigo eterno; e não será somente, como disse Platão, por um período de mil anos (FAJ, 8).

Mas, como esta sensação permanece para todos aqueles que já viveram, e a punição eterna está reservada (para os iníquos), certifique-se de não deixar de se convencer por negligência, conservando, como sua crença, que essas coisas são verdadeiras (ibid., 18).

Da Apologia de Justino, podemos reunir uma substancial lista de versos que dão fundamento ao castigo eterno para os pecadores (citados em Froom, CFF, 1.819):

Sofrer um castigo eterno (op. cit., 8).
Ao eterno castigo do fogo (12).
Sofrer o castigo do fogo eterno (17).
O castigo eterno foi assegurado (18).
Haverá a consumação de todos [os pecadores] (20).
São castigados com o fogo eterno (21).
Causa o castigo eterno pelas chamas (45).
Castigados com o fogo eterno (SA J, 1).
No fogo eterno sofrerão seu justo castigo e punição (ibid., 8).
Os iníquos serão punidos no togo eterno (ibid.).”

                                                           Orígenes (c. 185-c. 254)

“O ensinamento apostólico é que a alma, tendo uma essência e vida própria, depois da sua partida deste mundo será recompensada, segundo o seu merecimento, sendo destinada a obter uma herança de vida eterna e bênção, se as suas ações o merecerem, ou será entregue ao fogo eterno e à punição, se a culpa de seus crimes for resumida a isto. E, além disto, haverá um tempo de ressurreição dos mortos, quando este corpo, que agora está semeado “em corrupção, ressuscitará em incorrupção”, e aquele que está semeado "em ignomínia, ressuscitará em glória” (DP, prefácio).

Eusébio de Cesaréia acrescenta o seguinte sobre Orígenes e o aniquilacionismo:

“Pela mesma época de que falamos surgiram novamente na Arábia outros introdutores de uma doutrina alheia à verdade, os quais diziam que a alma, enquanto durar o tempo presente, morre no transe derradeiro juntamente com os corpos e com eles se corrompe, mas que um dia reviverá novamente com eles no momento da ressurreição. Pois bem, também então reuniu-se um concílio de bom tamanho e novamente chamou-se a Orígenes, que teve alguns discursos em público sobre o assunto debatido, e de tal forma se conduziu que aqueles que primeiro haviam sido enganados mudaram sua opiniões”. (História Eclesiástica. p. 142).

                                             Epitáfio de Catacumba do Século III
    
“Alexandre não está morto, mas vive entre as estrelas, e o seu corpo descansa nesta sepultura” (citação em Schaff, CC, 7.86).

                                                         Metódio (c. 260-311)

“E a carne que morre; a alma é imortal. Assim, se a alma é imortal, e o corpo for o cadáver, aqueles que dizem que existe uma ressurreição, mas não na carne, negam qualquer ressurreição; porque não é o que permanece que fica em pé, mas o que caiu e está deitado que é estabelecido; de acordo com o que está escrito: “Aquele que cai não se levanta outra vez ? E aquele que se desvia não retorna?” (DR, 1.7).

                                                   Crisóstomo (347-407)

“[...] nem os corpos dos perdidos, que se tornarão imortais, nem suas almas experimentarão o fim de seus sofrimentos. Nem o tempo, nem a amizade, nem a esperança, nem a expectativa da morte, nem mesmo o ato de presenciar as outras almas infelizes partilhando de sua triste sorte aliviará seus sofrimentos.” (Patrística, p. 368). 

                                                            Agostinho (354-430)

“Se a alma vive num castigo eterno, pelo qual também todos os espíritos impuros serão atormentados, isso representa mais uma morte eterna do que uma vida eterna. Pois não existe morte maior ou pior do que quando ela nunca termina. Mas como a alma — que pela sua própria natureza foi criada imortal — não pode existir sem alguma forma de vida, sua morte derradeira será uma alienação da vida de Deus, em uma eternidade de punição (CG, 6.12).
Se ambos os destinos são “eternos”, devemos, então, entender a ambos ou como sendo permanentes, e que por fim irão terminar, ou que serão ambos perpétuos. Pois eles estão correlacionados; de um lado, o castigo eterno, e de outro, a vida eterna. E falar, num único e mesmo sentido, que a vida eterna será interminável, mas que o castigo eterno terá fim, representa um absurdo. Dessa forma, assim como a vida eterna dos anjos será perpétua, também o castigo eterno daqueles que foram condenados não terá fim” (ibid., 21.23)

                                                       João de Damasco (676-754)

“Novamente [Deus disse] a Moisés: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó: Deus não é Deus dos mortos (isto é, aqueles que estão mortos e já não existirão), mas dos vivos, cujas almas realmente vivem em sua mão, mas cujos corpos retornarão à vida por meio da ressurreição” (EEOF, 4.27).

                                                          Anselmo (1033-1109)

“Consequentemente, assim como a alma gentil irá se regozijar na eterna recompensa, da mesma maneira a alma desdenhosa irá se lamentar em um eterno castigo. E, assim com a primeira irá experimentar uma imutável suficiência, a última irá experimentar uma inconsolável indigência” (M, 71).

                                                     Tomás de Aquino (1225-1274)

“Foi para o bem da alma que ela foi unida a um corpo [...] No entanto, é possível que ela exista separadamente do corpo” (ST, 1.89.1).
Também devemos saber que a condição dos condenados será exatamente o contrário da condição dos. abençoados. Seu estado será de castigo eterno, o que denota uma quádrupla e terrível condição. O corpo dos condenados não será brilhante: “O seu rosto será rosto flamejante” [Is 13.8]. Da mesma maneira, eles serão passíveis porque nunca irão deteriorar e, embora queimem eternamente no fogo, nunca serão consumidos: “O seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará”. (CISTA, 62).

                                                    Martinho Lutero (1483-1546)

“No intervalo [entre a morte e a ressurreição], a alma não dorme, mas está desperta e desfruta da visão de anjos e de Deus, e conversa com eles” (LW, 25.32).
A fornalha ardente é acesa simplesmente pela insuportável aparição de Deus e dura eternamente. Pois o Dia do Juízo Final não irá durar apenas um momento, mas irá permanecer através da eternidade e, portanto, nunca irá terminar. Constantemente os pecadores serão julgados, constantemente eles irão sofrer dor e constantemente haverá uma fornalha ardente, isto é, eles serão torturados por uma suprema aflição e angústia (WLS, 2.621).

                                                         João Calvino (1509-1564)

“Quão vil é o erro de converter um espírito, formado à imagem de Deus, em um sopro evanescente, que anima o corpo somente nesta vida moribunda, e reduzir o templo do Espírito Santo a nada. Em resumo, é algo vil roubar o distintivo da imortalidade daquela parte de nós mesmos na qual a divindade é mais brilhante, e as marcas da imortalidade são mais conspícuas, tornando a condição do corpo melhor e mais excelente do que a da alma (ICR, 3.25.6).

Se a alma não deve sobreviver sem o corpo, como ela poderia estar presente com o Senhor, estando separada do corpo? Mas um apóstolo remove toda a dúvida quando diz que nós chegamos “aos espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hb 12.23) [...] E se a alma, quando desprovida do corpo, não retivesse a sua essência, e não fosse capaz de receber em si a glória que é uma grande bem-aventurança, o nosso Salvador não teria dito ao salteador: “Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43) (ibid.).

                                                          Jacó Armínio (1560-1609)

“A origem [da alma] [...] é a partir do nada, criada por infusão, e infundida por criação, com um corpo sendo devidamente preparado para recebê-la, a fim de que possa se moldar à forma da matéria, e, depois de unida ao corpo por um elo nativo, possa também, formar uma unidade com ele. [...]A substância [da alma] [...] é simples, imaterial e imortal. Simples, ao meu ver, não no que diz respeito a Deus; pois ela consiste de ato e poder (ou capacidade), de ser e essência, de sujeito e acidentes; mas é simples no que diz respeito a coisas materiais e componentes.
Ela é imaterial, porque pode subsistir por si mesma, e, ao se separar do corpo, pode operar por si própria. Ela é imortal, na verdade, não por si própria, mas pela graça sustentadora de Deus.” (W JA , 11.26.63)

                                              A Confissão de Fé de Westminster (1648)

“Os corpos dos homens, depois da morte, retornam ao pó, e veem corrupção: mas as suas almas, que não morrem, nem dormem, tendo uma subsistência imortal, retornam imediatamente ao Deus que lhes deu esta subsistência; as almas dos justos, sendo então aperfeiçoadas em santidade, são recebidas nos mais altos céus, onde contemplam o rosto de Deus em luz e glória, esperando a completa redenção de seus corpos. E as almas dos ímpios são lançadas no inferno, onde permanecem em tormento e completa escuridão, reservadas para o juízo do grande dia “(30.2.1).

                                                   Jonathan Edwards (1703-1758)

“As almas dos verdadeiros santos, quando eles deixam seus corpos na morte, partem para estar com Cristo [...] Elas não ficam reservadas em algum lugar diferente do mais alto céu; um lugar de descanso, onde estão guardadas até o dia do juízo, como imaginam alguns [...] mas vão diretamente ao céu propriamente dito” (“FSDO”, in: WJE, 3).


                                                          John Wesley (1703-1791)

“Considere algumas circunstâncias que irão acompanhar o julgamento de todos. A primeira é a execução da sentença pronunciada sobre os bons e os maus: “Estes irão partir para um castigo eterno, e os justos para a vida eterna”. Deve-se observar que a mesma palavra é usada tanto na primeira como na segunda oração: segue-se que o castigo dura para sempre, ou a recompensa também terá um fim. Não, jamais! A recompensa na eternidade só terminaria se o próprio Deus pudesse ter um fim, ou se a sua misericórdia e a sua verdade pudessem falhar. “Então, os justos resplandecerão como o sol, no Reino de seu Pai, e beberão eternamente da corrente das delícias que estão à mão direita de Deus” (WJW, 5.15.3.1).
Nesse ínterim, os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus. Eles, “por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder”. Eles serão “lançados no ardente lago de fogo e de enxofre”, originalmente “preparado para o diabo e seus anjos”; onde irão ranger os dentes com angústia e dor, eles amaldiçoarão ao seu Deus, olhando para cima. Lá os cães do inferno — o orgulho, a malícia, a vingança, a ira, o horror, o desespero — irão devorá-los continuamente. Lá “a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso, nem de dia nem de noite” (ibid.).

                                                   Charles Spurgeon (1834-1892)

“A luz da natureza é suficiente para nos dizer que a alma é imortal, de modo que o infiel que duvida é um tolo pior até mesmo do que um pagão, pois, antes que a revelação fosse feita, a tinha descoberto — existem alguns lampejos de sabedoria nos homens de entendimento que ensinam que a alma é algo tão maravilhoso que deve ser eterna” (SSC, 66).

Portanto, devemos ter cuidado com o que está sendo posto na internet, pois muitas vezes o que lá há, não condiz com a realidade contida nos documentos originais.

Primeiro a verdade, depois as nossas opiniões sobre ela.


                                                                                           Itard Víctor Camboim De Lima 
                                                                                            Artigo editado em 26/11/2016




1 Biblework9       http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Clemente_I
2 As citações dos pais apostólicos foram tiradas dos originais gregos contidos no software exegético Biblieworks9
3 https://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=santo&id=37
Eusébio de Cesaréia. História Ecleciástica. 2002. Novo Século
(GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. vol 2. pp, 32, 693-696, 769-779,805-806 ). CPAD.
KELLY, J.N.D. Patrística. 2009. Vida Nova.
JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. CPAD.

domingo, 10 de maio de 2015

Lutero era aniquilacionista? / Luther was annihilationism?










Esta é uma triste mas interessante ironia sobre a história da Reforma - muitos querem ou clamar por Lutero ou desonrá-lo. Para um homem tão desprezado por tantos grupos, é irônico como aqueles com uma visão particular acham que se eles apelarem a Lutero, de uma forma ou outra a grande maioria da Cristandade Protestante irá levá-los a sério. De outro lado, aqueles desejando se distanciar do Protestantismo histórico apelam da mesma forma a Lutero; eles argumentam que Lutero era imoral, então o Protestantismo é fraudulento. Ambos métodos são fúteis.

O último post do blog documentou o alegado Lutero Pentecostal que falava em línguas. Então é claro, há o Lutero católico romano que era “bom devoto” da Virgem Maria. Há o Lutero antissemita usado pelos Neo-Nazistas. Há até mesmo o Lutero polígamo, precursor dos Mórmons. Esta é só a ponta do iceberg – há muito mais Luteros por aí.

Vamos dar uma olhada em outro Lutero: o Lutero adventista do sétimo dia que defende o “sono da alma”.

Para aqueles de vocês que não estão bem familiarizados com o que é este “sono da alma”, é a ideia que depois da morte a alma “dorme” até a ressurreição final. Em outras palavras, depois de morrer a alma não vai conscientemente para a presença direta de Deus. Ao invés disto, ela hiberna até a ressurreição – quando é então acordada e reunida com seu corpo.

Me enviaram um link para esta discussão. O adventista do sétimo dia que iniciou esta discussão citou isto de um site adventista:


“O vice-bispo Francis Blackbume declara em seu Short Historical View of the Controversy Concerning an Intermediate State, de 1765: Lutero ensinou a doutrina do sono da alma, sobre um fundamento bíblico, e então ele fez uso dela como uma refutação do purgatório e da veneração aos santos, e continuou nesta crença até o último momento de sua vida”.

Antes de, de fato, mergulhar no entendimento de Lutero sobre o “sono da alma”, é interessante olhar para os fatos cuidadosamente. Enquanto Lutero afirmou “o sono da alma”, seria incorreto achar que seu ponto de vista sobre o assunto foi a razão pela qual ele negou o purgatório e a veneração aos santos.

Eu não me lembro sequer de ler Lutero usando o “sono da alma” para refutar o purgatório ou a veneração aos santos. Frequentemente Lutero apontava que o Purgatório não era ensinado nas Escrituras, e também que isto serviu como uma doutrina de geração de lucros para o Papado. Ambos eram argumentos fortes para refutar o Purgatório. Eu não li Lutero em nenhum lugar usando “sono da alma” para refutar a veneração aos santos também – isto pode existir, mas eu não li. Lutero sabia que orações para, e fé nos santos violava o Primeiro Mandamento. Se Lutero alguma vez apelou para o “sono da alma” para “refutar o purgatório e a veneração dos santos”, isto foi esparsamente. Então bem no começo, é óbvio que a visão de Lutero sobre o “sono da alma” está sendo manuseada de forma errada pelos adventistas.

De acordo com os adventistas do sétimo dia, assim que a alma acorda ela é ou mandada para a eternidade ou aniquilada – assim eles negam a imortalidade da alma. Interessantemente, eles tentam puxar Lutero para este lado também. O cavalheiro adventista que fez esta citação também postou um link para um artigo de um adventista. O artigo quer fazer acreditar que Lutero era parte de um grupo crescente “daqueles que negavam a imortalidade natural da alma, e declarava a imortalidade condicional do homem”. O artigo nota, “Em 19 de dezembro de 1513, em conexão com a oitava sessão do quinto Concílio Laterano, o Papa Leão X expeliu uma bula (Apostolici regimis) declarando, 'Nós condenamos e reprovamos todos que afirmam que a alma inteligente é mortal'”.

Aqui está uma citação interessante encontrado no link:

Então, em 31 de outubro de 1517, Lutero pregou suas famosas Teses na porta da igreja em Wittenberg. Em suas publicadas Defesas das 41 proposições, Lutero citou a declaração do papa sobre a imortalidade, como entre “aquelas monstruosas opiniões a ser encontradas no monte de esterco de decretos romanos" (proposição 27). Na vigésima sétima proposição de sua Defesa, Lutero disse:

“Contudo, eu permito ao Papa estabelecer artigos de fé para si mesmo e para seus próprios fiéis – tais como: que o pão e o vinho são transubstanciados no sacramento; que a essência de Deus não gera nem é gerada; que a alma é a forma substancial do corpo humano; que ele [o papa] é o imperador do mundo e rei dos céus, e deus terreno; que a alma é imortal; e todas estas monstruosidades sem fim no monte de estrume dos decretos romanos – para que tal qual sua fé é, tal seja seu evangelho, e tal a sua igreja, e que os lábios tenham alface apropriada e a tampa possa ser digna da panela. – Martinho Lutero, Assertio Omnium Articulorum M. Lutheri per Bullam Leonis X. Novissimam Damnatorum (Asserção de todos os artigos de M. Lutero condenadas pela última Bula de Leão X), artigo 27, edição de Weimar das obras de Lutero, vol. 7, págs. 131, 132 (uma exposição ponto a ponto de sua posição, escritos em 1 de dezembro de 1520, em resposta aos pedidos para um tratamento mais completo que o que foi dado em seu Adversus execrabilem Antichristi Bullam, e Wider die Bulle des Endchrists).”

Note o que está sendo perpetrado: Lutero nega a imortalidade da alma. Como pode ser isto? Não pode. Imagine, um cristão que não acredita pelo menos que algumas almas são imortais. Agora um adventista do sétimo dia está tentando usar isto para provar que Lutero acreditava na aniquilação de almas que não seriam salvas depois que elas acordassem do “sono da alma” - daí que a alma não é necessariamente imortal.

Mas Lutero não disse isto, nem era ele parte de um grupo crescente “daqueles que negavam a imortalidade natural da alma, e afirmaram a imortalidade condicional do homem”. Em LW 32:77 em sua exposta defesa das 95 Teses, Lutero diz:

Daí os especialistas em Roma recentemente pronunciaram um decreto sagrado [no Quinto Concílio Laterano, 1512-1517] que estabelece que a alma do homem é imortal, agindo como se nós não disséssemos todos em nosso comum Credo, “eu acredito na vida eterna”. E, com a assistência do gênio Aristóteles, eles decretam além disto que a alma é “essencialmente a forma do corpo humano”, e muitos outros esplêndidos artigos de natureza parecida. Estes decretos são, de fato, mais apropriados para a igreja papal, pois eles possibilitam a eles manter sonhos humanos e as doutrinas de demônios enquanto eles pisam e destroem a fé e ensino de Cristo.

Uma valiosa nota de rodapé explica, “Lutero se opõe à substituição de ensino bíblico da ressurreição e vida eterna por ideias filosóficas a respeito da imortalidade da alma. Cf. Carl Stange, Studien zur Theologte Luthers (Gütersloh, 1928– ), págs 287–344”. Assim, Lutero está condenando a especulação filosófica na aparência de pronunciamentos infalíveis da igreja – ele não está negando a imortalidade da alma. Em outro lugar Lutero explica, “Quando o último concílio Laterano estava para ser concluído em Roma sob o Papa Leão, entre outros artigos havia sido decretado que devia-se acreditar que a alma é imortal. Disto se pode concluir que eles fazem da vida eterna um objeto de escárnio e desprezo. Desta forma eles confessam que é uma crença comum entre eles que não há vida eterna, mas que eles agora querem proclamar isto por meio de uma bula” (LW 47:37).

Lutero repetidamente afirmou a imortalidade da alma, e frequentemente apontou que não deve ser crido por causa de especulação filosófica. Deve ser crida porque Deus falou em sua Palavra:

Apesar de alguns dos filósofos, como Sócrates e outros, manterem a imortalidade da alma, eles foram ridicularizados pelo resto dos filósofos e desprezados. Mas não é loucura para a razão humana ser tão ofendida, já que ela vê que mesmo agora a procriação do homem é cheia de maravilhas? Não parece contrário à razão que o homem, que é para viver para sempre, é nascido, como foi, de uma simples gotícula de sêmen dos lombos do pai? Isto é muito mais absurdo do que quando Moisés diz que o homem foi formado de um torrão de terra pelos dedos de Deus. Mas a razão mostra desta forma que ela não sabe praticamente nada sobre Deus, que, meramente por um pensamento, faz do torrão de terra, não o sêmen do ser humano mas o próprio ser humano, e, como Moisés diz depois, faz a mulher da costela do homem. Tal foi a origem do homem. (LW 1:84)

Os filósofos de fato disputaram sobre a imortalidade da alma, mas tão friamente que eles pareciam estar estabelecendo meras fábulas. Aristóteles acima de tudo argumentava sobre a alma de tal forma que ele diligentemente e astutamente evita discutir sua imortalidade em qualquer lugar; nem queria ele expressar o que ele pensou sobre isto. Platão relacionou o que ele ouviu ao invés de sua própria opinião. Nem pode esta imortalidade ser provada por qualquer razão humana, pois não é algo “debaixo do sol” acreditar que a alma é imortal. No mundo não é nem visto nem entendido como certo que as almas são imortais (LW 15:59)

As motivações para se citar Lutero

Na primeira parte, eu dei uma olhada na discussão iniciada por um adventista, e também em um documento web de um adventista intitulado Martin Luther and William Tyndale on the State of the Dead. Eu contatei ambos autores para fazê-los saber que eu estaria dando uma olhada em seu material histórico sobre Lutero. Eu tinha esperança de que o autor do documento web me respondesse – ele ainda não me respondeu. Mas o adventista que iniciou a discussão respondeu. Em um comentário ele declarou:

Interessantes conclusões você chegou, mas como um adventista do sétimo dia e como aquele que iniciou a discussão sobre Lutero e o “sono da alma” eu não coloco Lutero acima do que ele era. Em outras palavras eu não estou apelando para Lutero para estabelecer qualquer credibilidade adventista. Eu concordo com o que Lutero disse em muitas coisas e discordo sobre outras. O “sono da alma” e a mortalidade da alma são bíblicos.

Deve-se simplesmente perguntar então, por que citar Lutero? Por que sua opinião importa? Em outro lugar na mesma discussão ele também declarou:

“Maravilhoso pensar que agora faz mais ou menos 500 anos que o grande reformador nos deu tanta luz sobre o evangelho”.


“Não importa o que eu digo ou mesmo o que Lutero diz. Eu citei isto para mostrar a todos o que os reformadores protestantes acreditavam da Bíblia”

Meu ponto continua: Lutero está sendo usado em uma tentativa de dar validade à posição adventista. Simplesmente porque este adventista nega isto não significa que ele não está fazendo isto. Se não é o caso, então por que citar Lutero?

Na parte um eu demonstrei que algumas das informações históricas usadas por estes adventistas não estão exatas. Eu continuarei apontando que algumas das informações que eles usam estão sendo seletivamente citadas. No documento web Martin Luther and William Tyndale on the State of the Dead, o autor cita o livro de Hugh Kerr, Compend of Luther’s Theology (Philadelphia: The Westminster Press, 1943). O livro de Kerr é uma útil e curta antologia das citações de Lutero. O capítulo 11 lida especificamente com a escatologia de Lutero – no entanto não em detalhes. O documento web adventista fornece esta citação de Lutero do livro de Kerr:

Nós devemos aprender a ver nossa morte com a luz correta, de forma que não fiquemos alarmados por causa dela, como o descrente faz; porque em Cristo ela não é de fato morte, mas um fino, doce e breve sono, que nos traz libertação deste vale de lágrimas, do pecado e do temor e extremidade da verdadeira morte e de todos os desfortúnios desta vida, e nós devemos estar seguros e sem cuidado, descansando docemente e gentilmente por um breve momento, como em um sofá, até o tempo quando ele nos chamar e nos acordar juntamente com todos seus queridos filhos para sua eterna glória e gozo. Pois já que nós o chamamos de sono, nós sabemos que não ficaremos nele, mas seremos novamente acordados e vivificados, e que o tempo durante o qual dormimos, não parecerá mais longo do que se nós tivéssemos apenas caído no sono. Daí nós devemos nos censurar por estarmos surpresos ou alarmados com tal sono na hora da morte, e de repente formos revividos da cova e da decomposição, e inteiramente bem, novo, com uma pura, clara e glorificada vida, encontrarmos nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo nas nuvens...

As Escrituras em todo lugar fornecem tal consolação, que fala da morte dos santos, como se eles caíssem em sono e fossem ajuntados aos seus pais, ou seja, que venceram a morte através de sua fé e conforto em Cristo, e esperam a ressurreição juntos com os santos que os precederam na morte – Compend of Luther’s Theology, editado por Hugh Thomson Kerr, Jr., p. 242”.

Agora, eu me dou conta que eu tenho ainda que tratar da visão de Lutero sobre o sono da alma. Mas se eu fosse citar este livro, eu me certificaria de ler todas as citações sobre o entendimento de Lutero a respeito da alma após a morte que Kerr provê (que são poucas). Se o autor quisesse usar este compêndio para estabelecer a visão de Lutero, alguém poderia se questionar por que ele não começou com a citação encontrada na página anterior (241):

É verdade que as almas ouvem, percebem e veem através da morte; mas como isto é feito, nós não entendemos... Se nós nos responsabilizarmos a dar um relato de tais coisas segundo a forma desta vida, então somos tolos. Cristo nos deu uma boa resposta; pois seus discípulos estavam sem dúvida simplesmente curiosos. ‘Aquele que acredita em mim, ainda que morra, viverá’ (João 11:25); da mesma forma: ‘Se vivemos ou se morremos, nós somos do Senhor’ (Rm 14:8)… ‘A alma de Abraão vive com Deus, seu corpo jaz aqui morto’ seria uma distinção que para minha mente é mera podridão! Eu a disputaria. Alguém poderia dizer: ‘O Abraão inteiro, o homem completo, vive!’ – Conversas com Lutero, págs. 122 f. Fonte: Hugh Kerr, Compend of Luther’s Theology (Philadelphia: The Westminster Press, 1943), 241

Agora, alguém deve lidar com a informação que contradiz sua própria posição. Os adventistas devem lidar com as citações de Lutero que também negam sua posição sobre o sono da alma. A próxima parte irá olhar especificamente para o entendimento de Lutero sobre a alma na morte.

A visão de Lutero sobre o estado dos mortos

Nesta parte, eu gostaria de analisar o entendimento de Lutero sobre o ‘sono da alma’. O sono da alma é a ideia que depois da morte a alma ‘dorme’ até a ressurreição final. Se diz que a alma hiberna até a ressurreição – quando se diz então que é acordada e reunida com seu corpo.

Lutero acreditava nisto? A resposta é sim, especulativamente. Ele o fazia em termos um tanto não dogmáticos, sempre alertando seus leitores de que nós não temos compreensão completa deste tema. Algumas vezes ele diz coisas que contradizem o ‘sono da alma’ – sua conclusão não era dogmática. Lutero sabia que descrever o estado dos mortos era teologia especulativa. O estado dos mortos estava inclinado à especulação selvagem durante seu tempo. Ele não se juntaria a tal tolice.

Isto pode ser visto no início de sua carreira em uma carta a Nicholas von Amsdorf (13 de Janeiro de 1522). Lutero respondeu à questão do que acontece com a alma depois da morte. Note como Lutero responde cuidadosamente:

A respeito de suas “almas”, eu não tenho suficiente [conhecimento do problema] para te responder. Eu estou inclinado a concordar com sua opinião que as almas simplesmente dormem e que elas não sabem onde estão até o dia do Julgamento. Sou levado a esta opinião pela palavra das Escrituras. “Eles dormem com seus pais”. Os mortos que foram levantados por Cristo e pelos apóstolos testificam este fato, já que é como se eles estivessem acabado de ser acordados do sono e não sabem onde eles estiveram. A isto pode ser adicionado as experiências extáticas de muitos santos. Eu não tenho nada com o qual eu poderia derrubar esta opinião. Mas eu não ouso afirmar que isto é verdade para todas as almas em geral, tendo em vista o êxtase de Paulo e a ascensão de Elias e de Moisés (que certamente não apareceram como fantasmas no monte Tabor).

Quem sabe como Deus lida com as almas que partem? Não poderia [Deus] da mesma forma simplesmente fazê-las dormir e acordar (ou enquanto ele deseja [que elas durmam]), assim como ele submete ao sono aqueles que vivem na carne? E novamente, aquela passagem em a respeito de Abraão e Lázaro, apesar de não forçar a hipótese de uma universal [capacidade de sentir da parte de quem se foi],no entanto atribui uma capacidade de sentir a Abraão e Lázaro, e é difícil torcer esta passagem para se referir ao dia do Julgamento.

Eu penso o mesmo sobre as almas condenadas; alguns podem sentir as punições imediatamente após a morte, mas outros podem ser poupados das [punições] até aquele Dia [do Julgamento]. Pois o festejador [na parábola] confessa que está sendo torturado; e o Salmo diz. “O mal irá se encontrar com o homem quando ele perece”. Você talvez também refira isto ou ao Dia do Julgamento ou à angústia passageira da morte física. Então minha opinião seria que isto é incerto. É mais provável, contudo, que com algumas exceções, todas [as almas que se foram] dormem sem possuir qualquer capacidade de sentir. Considere agora quem eram os “espíritos em prisão” a quem Cristo pregou, como Pedro escreve: Não poderiam eles também dormir até o Dia [do Julgamento]? Mas quando Judas diz a respeito dos Sodomitas que eles sofrem a dor do fogo eterno, ele está falando de um [fogo] presente”. [LW 48:360-361]

Note acima que para Lutero a alma dorme, mas ele faz exceções. Como Paul Althaus explica, “Algumas passagens bíblicas compelem Lutero a fazer certas exceções à regra de que os mortos dormem. Deus pode também acordá-los por um tempo – assim como ele permite aqueles de nós aqui na terra a alternar entre andar e dormir. E o fato de que eles estão dormindo não impede almas de experimentar visões e de ouvir Deus e os anjos falarem” [Paul Althaus, The Theology of Martin Luther (Philadelphia: Fortress Press, 1963), 415].

Acima, Lutero diz “É mais provável, contudo, que com algumas exceções, todas [as almas que se foram] dormem sem possuir qualquer capacidade de sentir.”. Em outro lugar no entanto ele diz, “É verdade que almas ouvem, pensam, veem depois da morte, mas como eles fazem isto não entendemos” [Fonte: Ewald Plass, What Luther Says III:384]. Lutero assim fez declarações contrárias de que mesmo na morte, o crente ainda conscientemente conhece Deus e o serve. Isto pode ser visto em suas últimas palestras em Gênesis:

Pois como é Abraão um servo de Deus depois de sua morte? Deus não será capaz de eventualmente esquecer Abraão? Hoje ele certamente ainda serve Deus, assim como Adão, Abel e Noé servem Deus. E isto deve ser notado cuidadosamente; pois é verdade divina que Abraão está vivendo, servindo Deus e reinando com Ele. Mas qual a natureza desta vida, se ele está dormindo ou acordado, é outra questão. Nós não temos que saber como a alma descansa. É certo que ela está viva. [LW 5:74].

Ewald Plass diz que Lutero mantinha “paradoxais, se não, incongruentes, conclusões” sobre o estado dos mortos [What Luther Says III: 385]. Ele cita este comentário das últimas palestras de Lutero em Gênesis:

Mas agora outra questão se levanta. Já que é certo que as almas estão vivas e estão em paz, que tipo de vida ou descanso é este? Mas esta questão é muito elevada e muito difícil para nós sermos capazes de defini-la. Pois Deus não quis que nós soubéssemos disto nesta vida. Assim é suficiente para nós sabermos que as almas não saem de seus corpos para o perigo de torturas e punições do inferno, mas que está preparado para eles um quarto onde eles podem dormir em paz.

No entanto, há uma diferença entre o sono ou descanso desta vida e daquela da futura vida. Pois durante a noite uma pessoa que ficou exausto por seus trabalhos diários em sua vida entra em seu quarto em paz, como se fosse, para dormir ali; e durante esta noite ele goza de descanso e não tem conhecimento sobre qualquer mal causado ou por fogo ou por assassinato. Mas a alma não dorme da mesma forma. Ela está desperta. Ela experimenta visões e os discursos dos anjos de Deus. Então o sono na vida futura é mais profundo do que nesta vida. Todavia, a alma vive perante Deus. Com esta analogia, que eu tenho do sono de uma pessoa viva, eu estou satisfeito; pois nele há paz e quietude. Ele acha que ele dormiu mais ou menos uma ou duas horas, e no entanto ele vê que a alma dorme de tal forma que também está desperta. [LW 4:313].

Mas e sobre aqueles que rejeitam Cristo? Eles vão imediatamente para a perdição? Lutero novamente responde de forma cautelosa, notando que ele é indeciso sobre quando eles recebem o punimento:

…[Q]uando o ímpio morre, se eles partiram há muito tempo, antes da vinda de Cristo, ou hoje, depois que Cristo foi revelado, eles simplesmente vão para a perdição. Mas nós não sabemos se sua perdição começa imediatamente depois da morte; pois está escrito (Rm 14:10) que todos deverão estar perante o tribunal, e João 5:29 declara: “Aqueles que fizeram o bem irão para a ressurreição da vida, e aqueles que fizeram o mal, para a ressurreição do julgamento”.

Consequentemente, nós devemos nos lembrar que depois de Cristo o seio de Abraão veio a um fim e que todas as promessas sobre a vinda da Semente se cumpriram. Nós temos outras e mais gloriosas promessas que nos foram dadas pelo Filho de Deus, que se encarnou, sofreu e foi levantado de novo. Se não acreditarmos nestas, nós estamos condenados para sempre. Mas eu sou incapaz de dizer positivamente em que estado os condenados no Novo Testamento estão. Eu deixo isto sem decidir. [LW 4:316]

Seus escritos sobre o assunto também vacilam. Comentando sobre o falecido Urbanus Rhegius, Lutero diz,
 “Nós devemos saber que ele é abençoado e que ele tem vida eterna e alegria eterna e participação com Cristo na igreja Celestial. Pois agora ele aprendeu, viu com seus próprios olhos, e ouviu aquelas coisas que ele aqui na igreja na terra explicou segundo a palavra de Deus” [Fonte: WA 53:400; Paul Althaus, The Theology of Martin Luther (Philadelphia: Fortress Press, 1963), 415].

Também falando de outra pessoa falecida, “Doença o levou para o céu para nosso Senhor Jesus Cristo” [Althaus, 415]. Althaus nota que Lutero manteve que o tempo era irrelevante da perspectiva eterna. Para aqueles que morrem, o seu despertar do “sono da alma” é sentido como imediato. Lutero diz, “Aqui você deve colocar o tempo fora de sua mente e saber que naquele mundo não há nem tempo nem uma medida de tempo, mas tudo é um eterno momento” [Fonte: WA 10III, 194; Althaus, 416].

O que pode ser concluído da visão de Lutero? Eu declararia o seguinte: a posição de Lutero sobre este tema não é dogmático. Ele considera o tema como teologia especulativa. Então, sua opinião não contribui sempre.

O que pode ser dito do uso de Lutero pelos adventistas do sétimo dia neste ponto? Eu sugiro que eles incorretamente apresentam um Lutero dogmático que usa o “sono da alma” para refutar o purgatório e a veneração de santos, que eu mantenho não ser o caso. Para usar Lutero corretamente, eles deveriam pelo menos notar que a opinião de Lutero era especulativa e não dogmática. Ele não abordou o texto das Escrituras com a mesma certeza sobre o “sono da alma” que eles abordam. Lutero nem mesmo possui as mesmas motivações teológicas para a doutrina do “sono da alma” que os adventistas possuem. O que motiva os adventistas nesta doutrina? O que motivou Lutero? Estas parecem ser as questões cruciais para qualquer um desejando usar Lutero como uma autoridade.

Nota: O texto acima foi adaptado de três posts que o autor fez em seu blog: The Seventh Day Adventist Luther: Soul Sleep and the Immortality of the Soul(Part One); The Seventh Day Adventist Luther: Soul Sleep and the Immortality of the Soul(Part two) e The Seventh Day Adventist Luther: Soul Sleep and the Immortality of the Soul(Part three).