quinta-feira, 27 de julho de 2017

Por que as seitas estão crescendo?




“Um pesquisador de importante reputação na área de seitas observou que elas são “as contas não pagas da igreja”. A igreja tem fracassado em oferecer o devido treinamento doutrinário a seus membros e falhado em termos de fazer uma verdadeira diferença moral na vida de seus discípulos; não tem ido ao encontro das mais profundas necessidades das pessoas, e não tem oferecido a elas o sentimento de “fazer parte”, de pertencer. A falha da igreja é ampla e profunda, e isso tem facilitado o florescimento de seitas. Porém, certamente o crescimento das seitas pode também ser atribuído a muitos outros fatores. Dentre outras razões, as seitas estão se multiplicando por causa do crescimento do relativismo, do egocentrismo, do subjetivismo e misticismo. Além disso, a rebelião moral e o colapso de famílias têm contribuído para o aumento do número de seitas em todo o mundo. Considere o seguinte: 

Fracasso doutrinário ---- Walter Martin disse certa vez que o aumento das seitas é “diretamente proporcional à ênfase oscilante que a igreja cristã colocou no ensino da doutrina bíblica para os cristãos leigos. De forma mais correta, alguns pastores, professores e evangelistas defendem adequadamente suas crenças. Mas a maioria deles ---- bem como a maioria dos cristãos leigos comuns --- teria dificuldade de confrontar e refutar adeptos bem treinados de praticamente todos os tipos de seitas (The rise of the cults, pág. 24). A falha da igreja no ensino da sã doutrina leva as pessoas à aceitação de falsas doutrinas. Uma pessoa não é capaz de reconhecer o errado a menos que primeiramente compreenda a verdade. Só se pode reconhecer as imitações através da comparação com aquilo que é genuíno.

Aumento do relativismo --- O crescimento do relativismo em nossa cultura também tem contribuído para o crescimento das seitas. As afirmações do tipo: “Isso pode ser válido para você, mas não para mim” e “ Tudo depende da situação” são atualmente quase proverbiais. Essa praga do relativismo tem quase inundado a terra. Com a mentalidade do “Faça o que achar melhor” tem vindo a síndrome do “Tenha a sua própria religião”. A negação feita pelo humanismo secular em relação a toda a soberania dada por Deus tem conduzido a um vácuo do tamanho de Deus em nossa sociedade, e nesse vácuo o misticismo oriental tem se movido rapidamente. 

Volta ao misticismo oriental --- The turn east (A volta para o Leste) como Harvey Cox, da Universidade de Harvard, intitulou seu livro, tem sido tão natural quanto o fenomenal. A partir do momento em que a sociedade americana rejeitou suas raízes judaico-cristãs, preferindo o humanismo secular,--- que não é capaz de satisfazer os desejos dos corações das pessoas---, a única força significativa que restou foi o misticismo oriental. O Teísmo cristão afirma que Deus criou tudo.  O ateísmo secularista declara que Deus não existe. Sendo ambas as afirmações tidas por alguns como satisfatórias, nossa cultura tem se voltado agora às seitas orientais que proclamam que Deus é tudo, e tudo é Deus. O ato de voltar-se para o Oriente tem sido acompanhado de um retorno às coisas do íntimo. As seitas místicas, salientando experiências subjetivas e sentimentos interiores, têm crescido rapidamente no despertamento do misticismo. Passamos da condição de cultura que explora o universo lá fora para uma de exploradores do universo aqui mesmo--- dentro nós. O foco não está tanto no espaço externo como no espaço interno. Isso, com certeza, é o que os místicos orientais sempre ensinaram, e se adapta como luvas nas seitas da Nova Era.

Ênfase no próprio ego--- O crescimento do amor próprio em exagero tem também contribuído para a proliferação das seitas. A mentalidade do “Faça o que achar melhor para você mesmo” conduz naturalmente ao movimento “Inicie a sua própria seita”. Cumpre- nos dizer que as seitas são a liberdade religiosa espalhadas como semente. A filosofia humanista “Cada homem por si mesmo” é o fertilizante perfeito para o crescimento de novas religiões que supram as necessidades sentidas pelos indivíduos ao invés das reais necessidades deles. 

Ênfase nos sentimentos--- Outro fator que conduz ao aumento das seitas é o crescimento do subjetivismo e do existencialismo. Tendo por certo o aparentemente insaciável apetite por religiões, a síndrome do “Se você se sente bem, faça-o” conduz naturalmente à busca de religiões que faça a pessoas se sentir bem. Enquanto alguns ainda buscam o atalho psicodélico para o nirvana através de drogas que ampliem o pensamento, outros buscam uma experiência mística subjetiva que transcenda as rotinas da vida cotidiana. Isso explica em grande parte o crescimento das seitas da Nova Era, tais como meditação transcendental. 

Rebelião Moral---- Sob todos os fatores sociais e psicológicos que dão ocasião ao crescimento das seitas, está a depravação moral. A Bíblia deixa muito claro que o seres humanos estão na condição de rebeldes diante de Deus (Rm 1.18). Uma das dimensões dessa rebelião é moral. Pessoas se volta às religiões mais confortáveis quando o estilo de vida que escolhem é contrário aos imperativos morais de um Deus incomparavelmente superior e soberano. A perversão moral existente em várias seitas constitui-se em amplo testemunho de depravação encontrada no mundo delas. Os seguidores do líder hindu Rajneesh dedicaram-se a orgias no estado de Oregon. A seita Os Meninos de Deus, de David Berg,  é bem conhecidas por suas perversões sexuais. Essa rebelião moral foi manifestada no movimento antiinstitucional, antigovernamental e antifamiliar surgindo nos anos 60, e sua inércia tem levado tal movimento até os anos 90.
Colapso social das famílias--- Walter Martin disse certa vez: “Vemos uma geração sem o senso de história--- desligada do passado, alienada do presente e que possui um conceito incompleto em relação ao futuro. A geração de ‘agora’ é, na realidade, uma geração perdida” (The new cults, pág.28). Muitas seitas tiraram proveito  do colapso das famílias em nossa sociedade, tornando-se famílias substitutas para a “geração perdida”. Não é à toa que muitos adeptos de seitas dirigem-se a seus líderes com termos com termos paternos ou maternos. Por exemplo, a profetisa da Nova Era, Elizabeth Clare, que dirige a Igreja Universal e Triunfante, é carinhosamente conhecida entre os seguidores como “Mamãe guru”. David “Moisés” Berg, fundador da seita Os Meninos de Deus, era frequentemente chamado de “Pai David” pelos adeptos da seita.  Da mesma forma, o reverendo Moon é chamado de “Pai Moon” por membros da Igreja da Unificação". (GEISLER, Norman & RHODES, Ron. Resposta às Seitas. Um manual popular sobre as interpretações equivocadas das seitas. 2ª edição 2001. CPAD. P. 18-22).